(Marcelo Matusiak) |
Imunização é incentivada pelos
médicos
A baixa cobertura vacinal em
crianças já preocupava antes mesmo da epidemia da COVID-19 e agora, o temor é
de que haja uma piora ainda mais significativa. Os números nos últimos anos
mostram uma queda preocupante apesar dos esforços que a sociedade científica e
o Ministério da Saúde vem fazendo para conscientização. Entre os fatores que
alguns estudos apontaram para essa baixa procura por vacinas estão medo das
reações, receio de efeitos adversos, propagação de fake news e desinformação,
entre outros.
"Há um receio da sociedade
em ir até os postos, porém o que estamos estimulando é manter a vacinação de
rotina. O esforço deve ser máximo para manter a rotina de vacinação. Entre as
ideias que estamos sugerindo estão a aplicação em ambientes diferentes e em
horários alternativos, além dos protocolos todos de segurança. São modelos que
precisam ser avaliados pelos gestores municipais e que poderão ser seguidos de
acordo com a realidade de cada um", afirma o membro do Comitê de
Infectologia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Juarez
Cunha.
A importância de manter as
vacinas em dia é fundamental porque as outras doenças todas continuam
acontecendo. Há surtos de sarampo em determinadas regiões do país. Para muitas
outras doenças, o número de casos foi drasticamente reduzido ou zerado graças a
imunização.
"Se descuidarmos, teremos
o risco não só da COVID-19, mas do retorno de outras doenças contra as quais a
gente já tem a possibilidade de prevenção", finaliza.
A Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) posicionaram-se
a favor da manutenção do calendário vacinal de adolescentes e crianças, em
função do risco à saúde decorrente da situação epidemiológica atual do sarampo,
febre amarela e coqueluche no país. Em documento divulgado pelas duas
entidades, são sugeridas várias condutas para resguardar a proteção das
crianças, adolescentes e grupos de risco, e manter o calendário vacinal
atualizado.
As sugestões incluem ações como
a utilização de unidades de saúde mais próximas da residência; aplicação de
estratégias de distanciamento; utilização de escolas, clubes e outros locais
atualmente ociosos; horários diferenciados para crianças e adolescentes; opção
de vacinação domiciliar; a prática do distanciamento nas clínicas privadas; e
orientação para não comparecimento de qualquer pessoa com sintomas
respiratórios ou febre nos centros de vacinação, como forma de diminuir a
disseminação da doença.
Marcelo Matusiak
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