O
tabagismo pode afetar todos os órgãos do corpo, causando desde doenças
pulmonares a câncer de boca
O
prejuízo à saúde bucal aumenta a propensão do indivíduo a outras doenças e
complicações graves, como pneumonia e infecções sistêmicas.
No
Dia Mundial Sem tabaco, celebrado no dia 31 de maio, o Conselho Regional de
Odontologia de São Paulo (CROSP) alerta para os efeitos do tabagismo para a
saúde oral. Ao falar do
tabaco em sua forma mais
usual de consumo, o cigarro, o maior risco para a cavidade oral é do
desenvolvimento do câncer de boca. Segundo a Câmara Técnica de Estomatologia do
Conselho, a chance de um fumante desenvolver a doença é 3,43 vezes quando
comparado a não fumantes.
Para
os cirurgiões-dentistas Camilla Esteves e Wellington Yanaguizawa, integrantes
da CT de Estomatologia do CROSP, é papel do cirurgião-dentista realizar uma
avaliação clínica minuciosa em pacientes que relatam o hábito de fumar. “O
câncer de boca é uma doença em que a letalidade e incidência podem ser
minimizadas de forma significativa nos casos em que forem adotadas as medidas
de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento imediato”, relatam.
O
câncer bucal é causado pela mutação gradual das células sadias na boca. Por
conta de agentes cancerígenos presentes na fumaça que danificam o DNA, o
tabagismo tem ação significativa em muitos casos de câncer bucal diagnosticados
a cada ano.
Saúde bucal e coronavírus
O
consumo de tabaco, além de prejudicar a saúde oral, também pode ser um risco
considerando a pandemia de Covid-19. Um levantamento publicado no The New
England Journal of Medicine feito com 1099 pacientes diagnosticados com o novo
coronavírus identificou que, entre os casos leves a moderados, 11,8% eram
fumantes e 1,3% eram ex consumidores de tabaco. Já entre os quadros graves, os
números sobem para 16,9% e 5,2%, respectivamente.
Em
relação a higienização da boca, manter a saúde bucal pode evitar,
principalmente, problemas pulmonares que tornam a doença ainda mais perigosa.
Além disso, diversos estudos já comprovaram que o cuidado com a saúde bucal
também é eficaz na prevenção de doenças cardíacas, depressão e doenças crônicas
não transmissíveis como diabetes, hipertensão arterial, câncer, entre outras
doenças sistêmicas.
Outros problemas
Além
do câncer bucal, o consumo de tabaco também é relacionado com outros problemas
na cavidade oral, tais como lesões com potencial de malignização, periodontite,
cáries, insucesso na colocação de implantes e perda dentária.
“Estudos
demonstraram que, nos casos de periodontite (doença que atinge a gengiva),
pacientes fumantes atingem os estágios mais graves da doença com maior
frequência”, afirmam os cirurgiões-dentistas.
Além
disso, os profissionais da Câmara Técnica também alertam para a crescente
popularidade dos cigarros eletrônicos, sobretudo entre os jovens. Por terem
maiores concentrações de nicotina do que um cigarro comum, os aparelhos têm
apresentado novos efeitos na saúde periodontal e geral dos fumantes. Entre
eles, a síndrome do distresse respiratório agudo (taquipnéia, hipoxemia,
hipotensão e extrema fadiga).
Diante
disso, os cirurgiões-dentistas têm uma oportunidade para orientar e ajudar os
seus pacientes a se livrarem do hábito. A abordagem do profissional deve ser
feita tanto durante o atendimento clínico dos pacientes que relatarem o hábito
de fumar. “O tema deve ser tratado levando em consideração o nível de
dependência do usuário, sendo possível recomendar que o hábito seja eliminado
de uma vez ou que seja reduzido progressivamente. Em alguns casos, o paciente
pode sentir dificuldade de abandonar o vício sozinho, devendo ser orientado a
procurar um serviço ou grupo de apoio antitabagista”, informam os
estomatologistas.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP
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