Frente ao cenário
de aumento de casos da doença no Brasil a testagem das pessoas se torna cada
vez mais importante. A eficácia deste teste inédito - que determina se a pessoa
desenvolveu anticorpos contra a proteína S do Coronavírus e a quantidade de
anticorpos produzida - pode mudar o paradigma de testagem no país.
O número de casos de COVID-19 segue crescendo no
Brasil. A ampla testagem da população é um dos caminhos apontados por
especialistas para que a retomada das atividades seja feita de forma segura.
Porém, a maioria dos testes disponíveis no mercado até então identifica se a
pessoa está infectada, mas não se já adquiriu imunidade à doença. No entanto,
um teste inovador, desenvolvido por cientistas brasileiros, pode mudar o
paradigma de enfrentamento à pandemia e dar à sociedade uma nova perspectiva
para lidar com a crise, uma vez que pode identificar indivíduos que apresentam
imunidade e, portanto, poderiam retomar suas atividades. O teste leva cerca de
duas horas para ser realizado e o resultado fica pronto em até seis horas.
O teste laboratorial, que utiliza tecnologia nacional, é capaz identificar e quantificar a presença de anticorpos tipo IgG, contra a proteína S, que é responsável pela entrada do Coronavírus nas células. Este teste permite saber quem já esteve em contato com o vírus, e se desenvolveu imunidade ao mesmo. Estudos vêm apontando que pacientes que apresentam estes anticorpos, podem apresentar imunidade contra a doença, e desta forma os pacientes não desenvolveriam ou transmitiriam a mesma.
Conforme Alberto Stein, médico que colaborou no desenvolvimento do teste, a inovação já está pronta para ser disponibilizada à população. Já foram feitas todas as testagens e validações estabelecidas pela ANVISA, com amostras de diferentes pacientes, em diferentes níveis de evolução da doença. “Neste momento, está ocorrendo a transferência desta tecnologia para laboratórios de análises clínicas, que irão executar o teste”, explica Stein.
Como funciona o exame?
O teste é realizado a partir de uma amostra de
sangue, analisada em laboratório, determinando e quantificando a
presença destes anticorpos que reagem contra a proteína S. Este fator é
extremamente importante, visto que a maioria dos
testes imunológicos disponíveis hoje no mercado não quantificam o
nível de anticorpos contra a proteína S (pois eles avaliam anticorpos
contra a proteína N), e nem avaliam a possibilidade de imunidade contra o
vírus.
Qual é a diferença deste teste
em relação aos testes rápidos?
Os testes rápidos produzem resultado a partir da
identificação de anticorpos contra a proteína N, da COVID-19. Essa proteína
encontra-se no interior do Coronavírus e sinaliza que a pessoa teve contato com
o vírus, mas não dá informação sobre a imunidade contra ele, porque estes
anticorpos contra a proteína N não são neutralizantes.
Já o teste inovador é capaz é identificar e
quantificar a presença de anticorpos que reagem contra a proteína S da
COVID-19, que é responsável pela entrada do Coronavírus nas células. Ou seja,
este teste permite identificar e quantificar a imunidade de cada pessoa com
relação à doença.
Alberto
Stein - Médico, doutor em
Medicina pela UFRGS. Membro do grupo de pesquisa da FK-Biotec e da
Imunobiotech.
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