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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Os solos têm vida!



15 de abril (Dia Nacional da Conservação do Solo) 


O Instituto Agronômico (IAC) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo adotou o tema do Ano Internacional dos Solos 2105 como o mote de sua campanha de aniversário de 128 anos, que serão completados em junho próximo. E tem bons motivos para isso.

Pioneiro no Brasil em análises de solo, além de capacitar outras instituições privadas, o IAC mantém um centro de pesquisas de solos e recursos ambientais e continua realizando análises para agricultores e transferindo tecnologia para laboratórios do país e do exterior. Há 128 anos cumpre a tarefa de colaborar para a preservação do solo paulista onde se desenvolve a agropecuária mais diversificada do País.

A secretaria se junta à Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), proponente do ano dos solos, para divulgar a importância desse recurso natural e de sua conservação. Debaixo dos nossos pés e tão ignorados, os solos estão na base da agricultura familiar e na luta contra a fome: 95% de todo alimento produzido no mundo vêm do solo. Cumprem o papel de reservatórios da biodiversidade, moradia de bilhões de microrganismos de centenas de espécies. Os solos têm vida!

Os solos sequestram e armazenam o carbono como matéria orgânica, contribuindo para reduzir o efeito estufa e as possíveis mudanças climáticas globais; têm influência decisiva no ciclo hidrológico do planeta por sua ação de filtragem; constituem matéria prima básica para as construções.

É essencial manter um equilíbrio cuidadoso entre a necessidade de preservar os nossos recursos naturais e expandir a nossa produção de alimentos. E neste momento, quando os brasileiros sentem os impactos da falta de água, reforço a necessidade de se atentar para o solo, pois seu manejo adequado contribui para preservação da quantidade e da qualidade dos recursos hídricos.

A degradação dos solos tem um impacto negativo na produção de alimentos e na prestação de serviços ambientais. Entre suas principais causas incluem-se a erosão hídrica, a aplicação intensa de agrotóxicos e o desmatamento. A degradação também está associada à pobreza: 40% das terras mais degradadas do mundo estão em zonas com altos índices de pobreza. E apesar de sua grande importância, a saúde dos solos depara-se com um grande desafio: 33% das terras do planeta estão degradadas o que se expressa na redução da cobertura vegetal, na diminuição da fertilidade, na contaminação do solo e da água e no empobrecimento das colheitas.

Por não ser um recursos renovável o solo precisar ser preservado sob pena de precisarmos lidar a médio prazo com outra grande ameaça à vida. A preservação é um desafio urgente: um centímetro de solo pode levar milhares de anos para ser formado e esta mesma quantidade pode ser destruída em alguns minutos por uma prática incorreta de manejo, como a que não previne a erosão ou a que nele lança rejeitos poluidores.

A discussão e as decisões firmes quanto aos temas relativos aos solos são fundamentais para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que eu torço para que sejam estabelecidos a partir deste ano. A erradicação da pobreza, a mudança de padrões de produção e consumo e a proteção e uso dos recursos naturais para o desenvolvimento econômico e social são preocupações que estão na base do crescimento sustentável e são cruciais para uma abordagem sistêmica dos solos.




15/04/2015
Arnaldo Jardim - deputado federal licenciado (PPS-SP) e secretario de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
E-mail: arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
www.arnaldojardim.com.br
Twitter: @ArnaldoJardim


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