Nas últimas semanas, foram registradas
aproximadamente 900 mortes na China provocadas pelo coronavírus. Não há
confirmação do fator desencadeante que causou a mutação do vírus, porém há
algumas especulações de cientistas e pesquisadores, já foi citado alguns
possíveis hospedeiros, como morcego, pangolim (mamífero em extinção), e outros
animais. O estudo tenta fazer uma ligação do consumo da população do ponto
principal de contaminação (Wuhan) com os animais.
O gigante asiático parou com o objetivo de tentar
conter a proliferação da doença. O ocidente já esperava uma semana de feriado
de comemorações devido ao ano novo lunar comemorado por alguns países no
oriente, porém o feriado foi estendido, tudo permaneceu fechado e chineses
foram impedidos de realizar suas tradições de viajar para visitar seus
familiares.
Não demorou muito para o terrível vírus se
espalhar, afetando quatro continentes. Diversos países fecharam suas fronteiras
e as nações iniciaram suas operações de repatriação de pessoas estrangeiras que
estavam em outros países. Brasileiros que passaram pelo processo de repatriação
chegaram no dia 9 de fevereiro e devem passar por uma quarentena.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil
e movimenta consideravelmente o mercado internacional, tanto em importações
quanto exportações, na plataforma de Big Data Analysis da LogComex, a China
também sempre está no topo das relações com o Brasil. Por esse motivo, esse
vírus está gerando um grande impacto na China e em nações parceiras, já gerou
queda na bolsa de valores chinesa assim como de diversos países, instabilidade do
dólar comercial e ainda pode gerar uma desaceleração econômica a nível mundial.
Marcos Troyjo é o secretário de Comércio Exterior e
Relações Internacionais, o mesmo afirma que o Brasil possui uma grande carteira
de consumidores no mundo e possui diversidade suficiente, não dependendo apenas
do país asiático para manter a balança comercial positiva.
No entanto, podem existir consequências. A curto
prazo alguns estados brasileiros que possuem como atividade principal a
produção de automóveis e máquinas, podem ficar com suas fábricas paradas, por
falta de peças para reposição. Companhias de transporte aéreo e marítimo já
aumentaram as tarifas de frete para cargas com destino ao continente asiático.
Também a redução das exportações brasileiras e queda nos valores das
mercadorias. A ANVISA adotou procedimento para todas as embarcações com
suspeita da doença, podendo impedir ou paralisar suas operações. Até o momento,
o governo não constatou queda nas exportações brasileiras, mas afirma que
haverá em médio prazo. Mesmo assim, é um fator de preocupação, pois alguns
contêineres refrigerados estão parados em terminais, impedindo a entrada de
novos, que estão sendo redestinados a países próximos, como Cingapura e Hong
Kong.
Enquanto muitas fábricas foram prejudicadas, o
setor farmacêutico e de materiais hospitalares se beneficiou. Chegou a faltar
máscaras e luvas, pela utilização sem necessidade de algumas cidades no mundo.
A Organização Mundial de Saúde declarou estado crítico internacional, o que
impulsionou a China nas últimas semanas a construir um hospital em dez
dias com mil leitos em Wuhan, que abrigará pacientes contaminados pelo
coronavírus.
Em momentos como esse a tecnologia se faz ainda
mais necessária. As autoridades chinesas estão operando drones para garantir
que a população só saia de casa utilizando máscaras, os drones também estão
sendo utilizados para pulverizar desinfetante. A frota de drones tem capacidade
de cobrir até 300mil m² em menos de quatro horas e a população também está
colaborando, utilizando drones próprios.
Grande parte dos complexos portuários da China, são
autônomos, ou seja, não precisam de pessoas para operar dentro do porto,
permitindo o embarque e desembarque das cargas sem o risco de contaminação da
tripulação e de estivadores. O porto de Qingdao por exemplo, eliminou 85% da
mão de obra, e pode ser controlado apenas por 9 operadores portuários em
escritório.
Helmuth Hoffstatter - Empreendedor apaixonado por tecnologia e inovação, possui mais de 12
anos de experiência no segmento de logística internacional, fundador da
LogComex, startup de big data, inteligência e automação para logística
internacional. É especialista em gestão de produtos e nas mais diversas
soluções voltadas ao universo do comércio exterior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário