Mulheres estão mais propensas a problemas oculares
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Março é o mês para celebrar as mulheres e suas
conquistas, mas também é a oportunidade para falar sobre saúde, incluindo
cuidados com os olhos. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia
(CBO)*, estudos indicam que as mulheres em todas as regiões do mundo e de todas
as idades têm um risco significantemente maior de deficiência visual do que os
homens, principalmente por causa de sua expectativa de vida maior e, nas
sociedades mais pobres, por causa da falta de acesso aos serviços médicos.
Conforme afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS), duas a cada três pessoas
cegas no mundo são mulheres, ou seja, 27 milhões de deficientes visuais totais.
Os motivos para esse problema são variados, como
aponta a OMS: questões socioeconômicas, como as diferenças educacionais (falta
de informações sobre tratamentos e a cirurgia de catarata, por exemplo), e a
disparidade financeira, obstáculo para a aquisição de medicamentos, lentes
corretivas e o acesso a unidades de saúde, muitas vezes distantes do local de
residência.
Causas – Os problemas oculares que afetam mais mulheres do que homens são
diversos, como a degeneração macular relacionada à idade, retinopatia
diabética, olho seco, glaucoma, catarata, doenças neuroftalmológicas, doenças
oculares inflamatórias e as relacionadas ao fluxo sanguíneo na região dos
olhos.
Apesar de estudadas, são pouco conhecidas as causas
biológicas para a maior suscetibilidade feminina a essas doenças, o que
dificulta a implementação de formas para reduzir as disparidades de gênero
quando o assunto é saúde ocular. O que é notório é que a interação entre
hormônios sexuais, genética, fatores ambientais e o sistema imunológico está
ligada à ocorrência de afecções sistêmicas – tais como a esclerose múltipla,
doenças reumáticas, diabetes e hipertensão –, que podem acarretar consequências
graves à visão.
De acordo com a Dra. Regina Cele, oftalmologista do
HCLOE, empresa do Grupo Opty, a maior expectativa de vida da mulher, que tem
crescido sistematicamente, também é um fator a ser considerado. “Problemas como
a degeneração macular relacionada à idade e a síndrome do olho seco são mais
presentes em mulheres, especialmente após a menopausa, com as alterações
hormonais”, comenta a médica, reforçando a importância de as mulheres
realizarem consultas preventivamente e ao menor sinal de alterações na
visão.
Para as gestantes – A gravidez traz um período de mudanças emocionais, físicas e
psicológicas nas mulheres. E com a visão não é diferente. A retenção de líquido
no organismo originada pela gestação, causa tanto o inchaço nos pés, como
também pode alterar o formato e a espessura da córnea e do cristalino,
ocasionando mudanças refracionais, ou seja, de grau de visão. Também são comuns
sintomas como coceira, fotofobia, embaçamento, pontos brilhantes ou manchas
escuras na visão, e olho seco.
A pré-eclâmpsia — aumento da pressão arterial que
eventualmente ocorre a partir da 20ª semana em aproximadamente 5% das grávidas
— e o diabetes gestacional também podem acarretar em perdas graves de visão. O
quadro geralmente regride logo após o parto, mas existe a possibilidade de
sequelas.
“Essa hipertensão arterial pode levar ao
comprometimento dos vasos sanguíneos da retina, com surgimento de hemorragias,
edema e consequentes sintomas de fotopsias (pontos brilhantes na visão),
manchas escuras, visão embaçada e visão dupla”, explica a oftalmologista.
“Trata-se de um problema grave, cuja detecção precoce e tratamento são
fundamentais para evitar a progressão para a forma mais grave da doença
(eclampsia), que pode causar epilepsia e ameaçar a vida da mãe e do bebê. O
acompanhamento oftalmológico durante o pré-natal é fundamental, principalmente
para as mulheres que já tenham condições pré-existentes, como tumores,
diabetes, glaucomas ou mesmo uveítes”, completa.
Cuidados, sempre – Não importa a idade ou fase da vida. Além de consultas anuais ao
oftalmologista, manter um estilo de vida saudável é o caminho para preservar a
saúde dos olhos. “Não fumar, manter uma dieta equilibrada, praticar exercícios
físicos regularmente e usar óculos com proteção ultravioleta é o que recomendo
às mulheres para preservarem a visão”, finaliza a Dra. Regina Cele.
*As Condições de Saúde Ocular
no Brasil, 2019, CBO.
Grupo Opty
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