Observar o cenário político brasileiro traz
reflexões e perspectivas a respeito das práticas exercidas nos últimos anos. No
livro “Excelências Bandidas – O Império da Corrupção no Brasil”, apresento com
exatidão todos os desvios de dinheiro praticados em nosso país. Além disso,
aponto caminhos para evitar a repetição dos episódios de corrupção e desmonte
da máquina pública - aparelhada nos últimos governos para servir um determinado
grupo político. Tudo isso em detrimento dos anseios e necessidades do povo brasileiro.
A obra é um livro polêmico e inspirador, pois, além
de analisar com profundidade os principais problemas nacionais, aponta caminhos
para sair das armadilhas mortais criadas por um agigantamento da política. Os
políticos ficaram à vontade para criar cargos, novas cidades, ministérios,
estatais, secretarias estaduais e municipais. Tudo isso nos deixou uma salgada
conta a pagar.
Desmandos, desvios de dinheiro público, conluios
políticos, a dilapidação do patrimônio do povo brasileiro são problemas que aponto
como centrais na formação de ambiente público e governamental no Brasil. Como
solução, proponho medidas claras, sendo que um leque delas, hoje, estão em
discussão em Brasília.
A reaglutinação dos pequenos municípios e um novo
pacto federativo fazem parte dessas propostas. Assim como a reforma
previdenciária, a tributária e administrativa devem ser levadas adiante, uma
vez que o Estado não suporta, em seu orçamento, todo esse escoamento de
recursos. Outro ponto que proponho é a extinção da Justiça do Trabalho – cada
vez mais, interpretações contrarias a lei e, tribunais se sobrepõem ao que diz
a nossa legislação e a própria CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Além
disso, esse braço da justiça chega a custar R$ 22,8 bilhões do orçamento
público, somos o um único país no mundo que têm esse tipo de estrutura. Os
demais 21 países que adotaram a Justiça do Trabalho têm Varas Trabalhistas
dentro da justiça comum federal.
Os moldes da disputa política nas eleições também
precisam ser revistos. O horário eleitoral, por exemplo, que se apresenta como
gratuito, na verdade sai do bolso de milhões de brasileiros, por meio de
pagamentos de impostos. Já o financiamento público de campanha é outra
oportunidade de escoar recursos financeiros do Brasil sem que sejam aplicados
em algo que, de fato, trará vantagens econômicas ou de desenvolvimento ao país.
Além disso, a criação excessiva de partidos políticos faz com que o ambiente
seja propício a irregularidades. Dessa forma, proponho a existência de apenas
três partidos, o fim do horário eleitoral gratuito e os financiamentos públicos
de campanha.
Trajetória histórica
Registrar memórias e vivências faz com que a
história não possa ser apagada. Por isso, o título a que proponho reflexão este
livro faz um registro dos acontecimentos durante seu desenvolvimento. Evitando
que, posteriormente, haja desvios éticos e morais, retirando a verdade sobre os
crimes praticados contra o Estado brasileiro e seu povo.
Os fundos de pensões de todas as estatais
brasileiras sofreram desvios de recursos. No título, pude registrar quem os
praticou, bem como a execução de um plano bem pensado, que resultou em anos de
depressão política e econômica no Brasil.
Fomentar a consciência política dos eleitores faz
parte de um processo de evolução pelo qual o Brasil precisa passar. Os últimos
ano, e seus governos, têm demonstrado como a política pode ser criminosa e
alerto para que o país passe por um processo de aprendizado que interrompa esse
ciclo. Repensar o voto faz parte da demonstração do quão vulneráveis estão os
políticos mal intencionados, pois estão reféns da vontade dos donos do poder
originário, o do povo.
Eleição e o povo brasileiro
Temos no Brasil três grupos de pessoas. Os que por
opção não se envolvem com a política, aqueles que são avessos à corrupção e os
amantes e participes dela. O primeiro grupo, ao se anularem da política,
prestam um desserviço a eles próprios e aos demais cidadãos.
Já o segundo grupo tem entendimento da dimensão de
tudo o que se passou e se passa no Brasil, tem noção clara dos prejuízos que a
corrupção causou a nação brasileira. São pessoas que lutam contra esse estado
de cosias, tentam de todas as formas contribuir para colocar um fim em todos os
abusos e na corrupção sistêmica instalada no seio do poder.
O terceiro grupo é formado por empresários que se
associaram à corrupção, se fartaram do dinheiro público sempre abundante aos
amigos do governo, portanto, participes de toda a roubalheira ocorrida por
estas terras outrora lusitanas. E eleitores que votam em bandidos, os defendem
nas redes sociais, brigam com os amigos e parentes em defesa de seus torpes
entendimentos. Trata-se de um grupo ecléticos de eleitores, onde se misturam
muitos ditos intelectuais, analfabetos totais e analfabetos funcionais. Tudo
isso empurra para o atraso este pobre país.
Cloves Alves de Souza - Escritor, lançou em agosto de 2016 o livro “Excelências bandidas – O
império da corrupção no Brasil”. Advogado, atua em Direito Público e Ambiental.
Sócio fundador do Escritório Alves de Souza Advogados Associados. Foi
assistente técnico da CIR (Coordenadoria de Integração Regional) e da
Secretaria de Planejamento do Governo do Estado de São Paulo (19911994). Chefe
de Secretaria Parlamentar da Câmara Municipal de São Paulo (19951996). Foi
administrador regional de Santo Amaro – Prefeitura de São Paulo (19961997).
Assessor técnico legislativo da Câmara Municipal de São Paulo (19972001), onde
chefiou os trabalhos da Relatoria da CPI da Máfia dos Fiscais e implantou a
apresentação de Relatórios Parciais. Foi diretor-geral da Câmara Municipal de
Paulínia em 2012. Coordenou, com sucesso, vários candidatos a cargos do
Executivo e do Legislativo.
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