Um dos perigos é o
álcool líquido 70%, que pode causar queimaduras gravíssimas, alerta SBCM
A quarentena, instituída pelas autoridades
governamentais, como medida de controle do coronavírus, implicou no
adiantamento do recesso escolar e, com crianças em casa, é preciso redobrar a
atenção para evitar acidentes domésticos, uma vez que elas são as maiores
vítimas de ocorrências com lesões em casa. Um dos perigos, por exemplo, está no
álcool etílico líquido 70%, que teve comercialização liberada temporariamente
na última semana, pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que
pode causar queimaduras gravíssimas, como explica o presidente da SBCM
(Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão), Dr. João Baptista Gomes dos Santos.
Com a resolução, fica liberada, por seis meses, a
venda do álcool líquido 70%, em embalagens de até 1 litro, com o objetivo de
aumentar a oferta do produto no mercado para ajudar no combate ao novo
coronavírus. A venda desta forma estava proibida desde 2002, em razão do grande
número de acidentes envolvendo queimaduras em crianças. De acordo com dados da
ONG Criança Segura, nos últimos 10 anos, mais de 3 mil crianças brasileiras de
0 a 14 anos morreram em decorrência de acidentes com queimaduras e quase 221
mil foram hospitalizadas por este motivo, sendo gastos mais de R$ 195 milhões
em internações.
“Os pacientes que sofrem queimaduras precisam de
atendimento médico adequado e urgente. Deve-se evitar ter esse tipo de álcool
em casa, mas, se houver, ele e outros produtos do tipo devem ser guardados
longe do alcance de crianças, pois ao menor contato com algo inflamável, pode
causar uma tragédia”, fala o Dr. João Baptista. “E quanto ao uso do álcool em
gel, a recomendação é que seja utilizado somente quando não houver água e sabão
por perto. Em casa, vale a mesma coisa do álcool 70% e de outros produtos
inflamáveis e tóxicos: devem ser guardados em local seguro, onde as crianças
não tenham acesso”, completa.
O especialista lista outros cuidados que
devem ser tomados para evitar os acidentes domésticos com crianças. “Crianças,
principalmente, as que engatinham ou estão dando os primeiros passos, têm mania
de colocar a mão em tudo, inclusive em tomadas. Por isso, é importante proteger
as tomadas elétricas que estão fora de uso e garantir que a fiação esteja em
bom estado e presa”, pontua. “E nunca, em hipótese alguma, deixe as
crianças sozinhas na cozinha ou em qualquer outro ambiente”, completa.
SBCM - Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão
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