Para psicanalista especializada em
bem-estar do idoso, Eloah Mestieri, pequenos ajustes na rotina diária podem
evitar doenças causadas pelo isolamento social, como transtorno de ansiedade e
depressão
O novo coronavírus já deixou de ser uma
ameaça e se tornou uma realidade. Com centenas de casos confirmados da doença
no Brasil, governadores já começaram a adotar medidas mais restritivas, como os
fechamentos de shoppings e academias. Seguindo conselho da Organização Mundial
de Saúde, pessoas devem ficar em casa e sair somente em casos mais urgentes,
inclusive os mais velhos.
Mesmo que ainda não obrigatória, a
quarentena e afastamento social tem aumentado no país e estima-se que nos
próximos dias, cresça de forma relevante. E com o isolamento, existe a
possibilidade das pessoas, inclusive com mais idade desenvolverem doenças
psicológicas, como excesso de ansiedade e a depressão.
E qual seria a melhor alternativa para
não “pirar” dentro de casa? De acordo com a psicanalista Eloah Mestieri,
especialista no bem-estar do idoso, existem algumas dicas que, se praticadas
com certa rotina em horários alternados, contribuirão para que o período de
quarentena seja menos estressante. Veja abaixo:
Banho de sol
Em momentos de quarentena, quem está em
casa acaba deixando de tomar um pouco de sol, o que pode ser prejudicial à
imunidade. “O sol é a principal fonte de vitamina D para o nosso corpo. Ao tomarmos
pelo menos 15 minutos de banho de sol, aumentaremos nossa imunidade, diminuímos
o risco de depressão e melhorarmos a qualidade de nosso sono”, pontua Eloah.
Crie novos hábitos
Exercícios online gratuitos também
podem ser feitos dentro de casa. “Isso nos ajudará a diminuir o estresse,
diminuindo a endorfina e aumentando a qualidade de vida”, aconselha a
especialista.
Não se desconecte das pessoas
Em tempos de isolamento e de pouco
contato físico com amigos e parentes, usar o telefone ao invés das redes
sociais é uma opção. “Dê um telefonema para um amigo que não conversa há algum
tempo ou que tenha gostos em comum, fale de outros assuntos que não seja o
coronavírus. Falar pelo telefone traz uma sensação maior de conexão com o
próximo, e isso conforta nos tempos que vivemos”, explica Eloah.
Aprenda a lidar com a solidão
É normal que a gente queira sair e ver
pessoas, marcar aquele encontro de semana com os amigos, mas, em tempos como o
de hoje, precisamos aprender a lidar com nossa própria companhia. “O mundo vai
sair diferente dessa pandemia. É importante e necessário aprender a ficar
sozinho. É uma habilidade que teremos que adquirir. Hoje há bastante material
de meditação, por exemplo, que pode ser útil”, elucida a psicanalista.
Retome afazeres que nunca foram
concluídos
Sabe aquela gaveta de documentos dos
seu quarto que você não mexe há anos? Que tal organizá-la? “Deixar a nossa casa
em ordem fará muito bem para o nosso cérebro, para nosso interior e para o
astral como um todo. É importante manter o nosso ambiente ao redor o mais
organizado e agradável possível. Agindo dessa forma, passar o período em
quarentena será mais leve”, explica
Mantenha a vaidade em casa
Conforme mais tempo a pessoa fique
dentro de casa, natural que cuidados com a aparência diminua. Para Eloah,
continuar sendo vaidoso ajudará a tornar o período de isolamento mais saudável.
“Não é necessário que estivesse indo para um casamento, mas sim que a pessoa
esteja bem arrumada, com um roupa que fosse usar na rua, maquiagem e até mesmo
usando perfume, pois quando ela se olhar no espelho, veja que não está com
aspecto de doente, pois o objetivo principal desta quarentena é encontrar
formas de não ficar doente”, explica.
De acordo com a especialista, é
essencial que o “quarteto da felicidade” esteja em alta justamente por manter a
pessoa blindada de doenças. “Manter a vaidade , com certeza vai ativar a endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina, pois eles são
neurotransmissores importantíssimos para o nosso sistema imunológico”, diz
Eloah.
Desafie-se
Tenha um objetivo claro. Neste período
de quarentena, entende-se que o tempo esteja sendo perdido, e na verdade é uma
oportunidade para ampliar o conhecimento em algum hobbie, qualificação
pessoal ou mesmo uma meta. “ O sentimento de perda de tempo, pode levar
ao tédio e ao desalento, podendo desencadear ou aumentar o nível de ansiedade,
depressão ou outras patologias”, afirma a psicanalista
Desenvolver uma nova habilidade, tocar
um instrumento novo, falar um idioma desconhecido, fazer algum curso de
qualificação profissional, são alguns exemplos a serem feitos. “A ideia é que
ao fim da quarentena, a pessoa saia com a sensação de ter tido um ganho real
por algo que ela fez por ela mesma. No fim, com a autoestima em alta, ela passa
a se valorizar mais, podendo externar ao mundo suas novas aptidões”, conclui
Eloah.
Eloah Mestieri - psicanalista
clínica integrativa, especializada no bem-estar na terceira idade. Tem formação
também em PNL (Programação Neurolinguística), Nova Medicina Germânica,
Bioalinhamento, Constelação Sistêmica e Análise Transacional. Com rica
experiência na área, a especialista fala com propriedade sobre temas como envelhecimento
bem-sucedido e socialização na terceira-idade.
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