Referência
internacional no cuidado ao prematuro, a instituição contribui para a prevenção
da condição que atinge 340 mil bebês brasileiros anualmente
Novembro é o mês da sensibilização
da prematuridade e o Hospital e Maternidade Santa Joana visa conscientizar e
informar sobre maneiras de prevenir o parto prematuro, a principal causa de
morte de crianças do primeiro mês até os cinco anos de idade. Somente no
Hospital e Maternidade Santa Joana 12% dos bebês que nascem são considerados
prematuros. Destes, 64% dos bebês necessitam de tratamento na UTI Neonatal,
onde 40% dos bebês internados são prematuros.
O último estudo divulgado pela OMS –
Organização Mundial da Saúde - mostrou que 15 milhões de bebês nascem antes do
tempo por ano no mundo, existindo alta taxa de mortalidade entre eles.
No Hospital e Maternidade Santa
Joana, a taxa de sobrevida de bebês que nascem com menos de 750 gramas é de
60%, taxa que aumenta para 95% para bebês que nascem com mais de 1 Kg.
São consideradas prematuras as
crianças que nascem antes de completar 37 semanas. Estes recém-nascidos
prematuros são classificados da seguinte maneira:
Prematuro extremo: que nascem com menos de 28 semanas;
Muito prematuro: nascidos entre 28 e abaixo de 32
semanas;
Prematuros moderados: nascidos entre 32 semanas e 34
semanas;
Prematuro tardio: nascidos entre 34 e 37 semanas.
Na instituição, 1,6% dos
nascidos-vivos são considerados de muito baixo peso, pois possuem peso inferior
a 1.500 gramas enquanto 0,6% são considerados de extremo baixo peso, pois são
menores que 1000 gramas.
Entre os fatores que contribuem para
que um parto prematuro ocorra estão:
- Doença hipertensiva específica da gestação (DHEG);
- Gravidez gemelar - gêmeos nascem mais cedo do que em gestações únicas.
- Parto prematuro prévio – No caso de já ter havido um trabalho de parto prematuro, as chances de ocorrer novamente são maiores.
- Anomalia uterina e do colo uterino - Útero de tamanho maior ou com anormalidade estrutural pode tornar mais difícil de manter a gestação até o termo. O mesmo acontece se o colo do útero for curto.
- A gestante ter nascido de um parto prematuro – Estudos indicam que as mulheres que nasceram prematuramente correm maior risco de também terem trabalho de parto prematuro.
- Idade - Mulheres com menos de 17 anos e acima de 35 correm maior risco de parto prematuro.
- Intervalo curto entre gestações - ficar grávida antes de 18 meses completos do último parto pode aumentar a possibilidade de parto prematuro.
Também existem condições médicas que
podem contribuir grandemente para que um parto prematuro ocorra. Alguns deles
são:
- Infecções vaginais e doenças sexualmente transmissíveis: associadas a quase metade dos casos de trabalhos prematuros. O processo inflamatório libera prostaglandinas, que desencadeiam o trabalho de parto. As infecções urinárias não tratadas também têm o mesmo efeito.
- Doenças crônicas, como doença renal, hipertensão arterial, diabetes e problemas placentários.
- Infecções com febre acima de 38 graus durante a gravidez.
- Hemorragia vaginal após 20 semanas de gravidez.
- Sobrepeso ou insuficiência de peso antes de engravidar.
- Trombofilia (distúrbio de coagulação).
- Estar grávida após a fertilização in vitro.
- Anemia na gravidez.
- Complicações de gravidez, como pré-eclâmpsia.
- Excesso de líquido amniótico, uma condição chamada polidrâmnio.
Prevenção
Doutor Antonio Fernandes Moron, ginecologista e
obstetra responsável pelo Departamento de Medicina Fetal do Hospital e
Maternidade Santa Joana, explica que uma forma de acompanhar a gestação e prevenir
eventuais nascimentos prematuros é o reconhecimento precoce das gestantes de
risco por meio da assistência pré-natal bem orientada e associada à avaliação
do colo uterino pela ultrassonografia transvaginal. “Neste exame é possível
observar alterações na estrutura do colo uterino que resulta no seu
encurtamento e dilatação. Quanto mais curto o colo do útero, maior o risco do
parto prematuro”, afirma.
Dr. Moron acrescenta
que, caso perceba-se que o comprimento do colo do útero esteja diminuindo
rapidamente, existe um conjunto de medidas de prevenção do parto prematuro que
devem ser tomadas o quanto antes, como repouso domiciliar ou hospitalar. O
Hospital e Maternidade Santa Joana dispõe da Unidade de Terapia Semi-Intensiva,
indicada, normalmente, para pacientes que precisam de monitorização constante,
exatamente pelo risco de parto prematuro. “Ao provermos um acompanhamento
intensivo podemos aumentar a possibilidade de estender o tempo da gestação,
diminuindo as chances do nascimento de bebês prematuros e a consequente
internação na UTI Neonatal”, comenta Dr. Moron. Ele acrescenta que técnicas
também são utilizadas para estender a gestação, como o uso de progesterona
micronizada, antibióticos nos casos de vaginose bacteriana, uterolíticos para
relaxamento uterino, corticoesteróides para estimular a maturidade pulmonar fetal
e sulfato de magnésio para neuroproteção são comumente utilizadas.
“Descobriu-se que o sulfato de magnésio reduz os riscos de paralisia cerebral
em 32%. O Santa Joana foi uma das primeiras maternidades a oferecer esse
recurso de neuroproteção”, conta.
Quando a causa da
prematuridade é a Insuficiência do Colo Uterino, que ocorre quando o canal
cervical não tem capacidade de suportar o peso da gravidez sem se dilatar,
existem dois métodos que podem ajudar no adiamento do parto, sendo o mais comum
a cerclagem do colo uterino que é a sutura cirúrgica. Outro método mais recente
que tem se mostrado eficaz para a prevenção do parto prematuro é o pessário
cervical – este tratamento é menos invasivo e consiste na introdução de um anel
de silicone na vagina ao redor do colo uterino. Ambos os métodos reduzem em
cerca de 30% o nascimento abaixo de 34 semanas. “Há vários tratamentos capazes
de adiar o parto até uma fase mais segura. Se houver acompanhamento médico
adequado e a realização de todos os exames necessários, é possível diagnosticar
alguma intercorrência precocemente e tratá-la para que os riscos de nascimento
prematuro sejam minimizados”, finaliza Dr. Moron.
O Hospital e Maternidade
Santa Joana está entre as melhores do país e é referência internacional no
atendimento do recém-nascido de alto risco ou que necessitem de cuidados
especiais. Comprometido com a causa da prematuridade, o Hospital e Maternidade
Santa Joana apoia a mais de 14 anos a ONG http://www.viveresorrir.org.br/ , entidade sem fins lucrativos, constituída por pessoas da
sociedade que se uniram para ajudar a Disciplina de Pediatria Neonatal da
UNIFESP/EPM a cumprir uma de suas missões: colaborar para que as crianças
prematuras tenham melhores condições de vida.
Hospital
e Maternidade Santa Joana
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