Termo
psiquiátrico integra a Classificação Internacional de Doenças (CID) como uma
fobia específica
Palhaços são alegres, engraçados,
divertidos e seguem fazendo sucesso. Como prova, o recente filme “It: A Coisa”,
que desde o seu lançamento, em setembro deste ano, e até o final de outubro
passado, contabiliza público de 3,4 milhões de pessoas e bilheteria de 47,8
milhões, somente no Brasil. Mas, por incrível que pareça, não são unanimidade.
Há pessoas que têm verdadeiro pavor destes saltimbancos, chegando a evitar não
somente salas de cinema e circos, como também teatros, programas de televisão e
até vias públicas onde se apresentam, tudo para não se deparar com um deles.
Normalmente, a identidade do palhaço
fica escondida atrás de sua maquiagem e fantasia. Por isso, algumas pessoas
sentem pânico desta caracterização. O termo psiquiátrico aplicado para aqueles
que têm pavor excessivo deste personagem é coulrofobia, fazendo referimento à
palavra grega que define “aquele que caminha sobre pernas-de-pau”, uma das
possíveis destrezas dos palhaços.
Segundo Sarah Lopes, psicóloga do
Hapvida Saúde, a coulrofobia está inserida do CID 10 (Classificação
Internacional de Doenças) como uma fobia específica. “A síndrome causa
paralisação e sensação de pavor ao defrontar-se com a figura do palhaço ou algo
que remeta a lembrança”, explica a especialista.
As fobias diferenciam-se um pouco
nos sintomas, mas existem características que são gerais, podendo ser
psicológicas e/ou físicas. “O sentimento de pânico incontrolável e
involuntário, terror ou temor, mesmo quando percebe que não há nenhum perigo
real, a sensação de que deve evitar o que imagina ser perigo mesmo sem motivo,
a incapacidade de levar a vida ou participar de eventos quando percebe que
corre o risco de encontrar, são alguns desses sintomas. É comum também alguns
sinais físicos, como a sudorese, taquicardia, ansiedade intensa, respiração
dificultada e a incapacidade em controlar o medo”, explica Sarah.
Apesar de ser mais comum em
crianças, o pânico também ocorre com adolescentes e adultos, mas para se
considerado como transtorno ou sintomatologia é preciso identificar um conjunto
de ocorrências em diferentes situações. “Para as crianças, uma figura que não é
comum pode causar estranheza ou medo, por se tratar de um semblante
desconhecido. Por isso, após perceber que em várias tentativas de harmonização
com a imagem do palhaço ainda assim percebe-se um medo irreal, é possível
caracterizar como uma fobia específica. Ainda assim, é necessária uma avaliação
de um profissional”, ressalta a psicóloga.
Assim como em outras doenças, o
tratamento da coulrofobia leva em consideração o grau dos sintomas e o primeiro
passo é tentar reduzir a ansiedade. De acordo dom a psicóloga, a terapia
cognitivo comportamental possui bons efeitos no tratamento, pois se concentra
no pensamento realista e de forma gradual a exposição hipotética do objeto que
provoca o medo. “Em alguns casos, além da psicoterapia, é necessário o uso de
medicamentos”, conclui Sarah.
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