Maioria não associa
gravidez a problemas na visão, mostra pesquisa. Gestantes têm instabilidade no
grau, novas alterações, piora de doenças e podem precisar de colírios que
prejudicam o bebê.
A mulher
brasileira não associa problemas de visão à gravidez mostra uma pesquisa online
feita com 745 mulheres de 25 60
anos pelo oftalmologista Leôncio Queiroz
Neto do Instituto Penido Burnier. O levantamento mostra que só 10% sabem que o
aumento da produção de hormônios pode alterar a visão.
O
especialista afirma que um dos efeitos desse aumento é a maior retenção de água
retenção de água e inchaço generalizado, inclusive nas lentes do olho, córnea e
cristalino, que respondem pela refração. Resultado: o grau dos óculos se torna
instável. Isso explica porque a cirurgia refrativa para corrigir miopia,
hipermetropia ou astigmatismo é contraindicada durante a gestação. A boa notícia é que a maioria das mulheres
volta a precisar de lentes iguais às que usava antes de engravidar para
enxergar ben.. Por isso, o médico afirma que a troca de óculos ou lente de
contato não é recomendada para gestantes.
Cuidados com glaucoma
Segundo o
oftalmologista a estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que 3% dos
defeitos congênitos estão associados ao uso de medicamentos durante a gestação.
No Brasil o número de mulheres que decide engravidar depois dos 40 anos cresceu
49% de 1995 a 2015, conforme o último levantamento do Ministério da Saúde.
Queiroz Neto ressalta que isso significa que também é crescente o número de
brasileiras que engravidam já tendo glaucoma. A doença que geralmente aparece a
partir dessa idade, provoca lesões no nervo ótico e pode levar à cegueira caso
não seja tratada com colírios em 90% dos casos. O problema, ressalta, é que na
gravidez a elevação dos hormônios sexuais altera o metabolismo e faz as drogas
ficarem mais concentradas na corrente sanguínea. Por isso, os colírios com
prostaglandina podem causar contração uterina e afetar o bebê. A recomendação é
fazer acompanhamento oftalmológico a cada 3 meses, visando evitar complicações
para o feto.
Manchas escuras
A partir
dos 18 ano,s 27,5% das brasileiras têm hipertensão arterial, acima de 12 X 8
mmHg, segundo levantamento do Ministério
da Saúde. Queiroz Neto ressalta que a hipertensão somada à maior retenção de
água natural na gestação predispõe à pré-eclâmpsia que compromete a circulação da retina. Por
isso, enxergar pontos pretos durante a gravidez indica uma urgência médica já
que a pré-eclâmpsia coloca em risco a mãe e o feto.
Piora do ceratocone e olho seco
O
oftalmologista comenta que as alterações hormonais também podem piorar o ceratocone, doença que altera a curvatura
da córnea. Por osso, recomenda fortalecer as ligações de colágeno da córnea com
uma aplicação, antes de engravidar, de crosslink. Isso porque, o procedimento
aumenta em até três vezes a resistência da córnea e na maioria dos casos
interrompe a evolução da doença que pode levar ao transplante.Os hormônios
também desequilibram a lágrima. O olho seco tem como principais sintomas
sensação de corpo estranho, vermelhidão e visão embaçada. Queiroz Neto afirma
que o tratamento pode sr feito com colírio lubrificante sem conservante ou
incluindo na dieta fontes de ômega 3 encontrado na semente de linhaça,
sardinha, bacalhau, salmão e frutos secos. Não desaparecendo o desconforto,
consulte um oftalmologista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário