Com a volta do sarampo, surgem diversas dúvidas no
momento da vacinação, principalmente nos adultos, que – muitas vezes – não
sabem se já são ou não imunizados. A Dra. Ana Karolina Barreto Marinho,
Coordenadora do Departamento Científico de Imunizações da Associação Brasileira
de Alergia e Imunologia (ASBAI), responde às principais dúvidas que aparecem
no consultório:
1.Quem não sabe se já tomou ou não a vacina, por
não ter mais a carteira de vacinação, a indicação é se vacinar? Caso a pessoa
já tenha tomado, mas não saiba, há algum risco em receber nova dose?
Se não há comprovação de vacinação prévia, há
necessidade de se vacinar. Não há risco para a saúde caso já tenha se vacinado
anteriormente.
2. A vacina que está sendo dada é apenas contra o
sarampo ou é a tríplice viral: sarampo, rubéola e caxumba?
É a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) ou
tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela).
3. Caso o paciente já tenha adquirido essas
duas últimas doenças, há algum risco em receber a vacina novamente, para se
proteger do sarampo?
A vacina não oferece riscos para saúde, mesmo que
a pessoa já tenha apresentado as doenças citadas acima.
4. Há algum componente na vacina do sarampo capaz
de desencadear reação alérgica? Qual?
Embora seja raro, qualquer componente da vacina
pode causar reações alérgicas em indivíduos predispostos. A vacina contém as
seguintes substâncias potencialmente alergênicas: albumina humana, sulfato de
neomicina (antibiótico), gelatina, traços de proteína do ovo de galinha usado
no processo de fabricação da vacina. No Brasil, uma das vacinas utilizadas na
rede pública contém traços de lactoalbumina (proteína do leite de vaca).
5. Quais os cuidados que os pacientes alérgicos
devem ter ao se vacinar?
A maioria das pessoas com história de reação
anafilática a ovo não tem reações adversas à vacina e, mesmo quando a reação é grave,
não há contraindicação ao uso da vacina tríplice viral. Foi demonstrado, em
muitos estudos, que pessoas com alergia ao ovo, mesmo aquelas com alergia
grave, têm risco baixíssimo de reações anafiláticas. Os testes cutâneos com a
vacina não são recomendados. No entanto, é indicado que estas pessoas, por
precaução, sejam vacinadas em locais que ofereçam condições de atendimento de
anafilaxia. Crianças com alergia grave ao leite de vaca (reações imediatas como
anafilaxia) não devem receber a vacina tríplice viral, que contém
lactoalbumina.
6. Qual o calendário que deve ser seguido no caso da
vacina do sarampo, ou seja, deve-se receber a vacina na infância e na idade
adulta? Há idade apropriada?
Deve-se seguir o calendário orientado pelo
Ministério da Saúde.
O esquema vacinal contra o
sarampo para crianças é de uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos
15 meses (a tetra viral) de idade.
Para adolescentes e adultos até 49 anos:
- Até os 29 anos – duas doses, podendo ser da
tríplice ou tetra viral
- Dos 30 aos 49 anos – dose única, podendo ser
da tríplice ou tetra viral
Quem já
tomou duas doses durante a vida, do tríplice ou da tetra, não precisa mais
receber a vacina.
O sarampo apresenta os
seguintes sintomas: febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular,
coriza e congestão nasal e mal-estar intenso. Após estes sintomas, há o
aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos
pés, com duração mínima de três dias. A única forma de se prevenir do sarampo é
por meio da vacina.
ASBAI - Associação
Brasileira de Alergia e Imunologia
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