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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Posicionamento Público: Para a Plan International Brasil, mais que impunidade, pesquisa do Datafolha confirma a cultura do estupro no Brasil



Para a Plan International Brasil, organização que tem como propósito a promoção dos direitos das crianças e igualdade das meninas, o resultado da pesquisa do DataFolha, que afirma que 1/3 da população brasileira culpa as mulheres pelos estupros que sofrem, é aterrador, mas infelizmente confirmado nas estatísticas, já que a certeza da culpabilidade da vítima faz com que se estabeleça o silêncio e a redução das denúncias desse tipo de crime.

Viviana Santiago, Gerente Técnica de Gênero da Plan International Brasil defende que a certeza da impunidade é um elemento que facilita o aumento desse crime. “Diante dos dados da pesquisa, cabe a nós questionar se o problema é a certeza de impunidade ou da sensação de não estar fazendo algo errado?” e continua “O resultado sugere que, além dessa certeza, existe de fato a convicção de que uma vez que uma mulher não se comporte de acordo com os padrões - estabelecidos por uma sociedade que, ao mesmo tempo que objetifica seus corpos a proíbe de exercer sua sexualidade de forma livre, merece ser violentada. São os homens operando a misoginia de um papel social que consiste em corrigir o comportamento das mulheres. E isso é extremamente grave”.

Com estes dados em mãos, podemos concluir que a cultura do estupro se estabelece a partir da naturalização de práticas violentas como características da identidade masculina. Uma sociedade que incentiva meninos e homens a assumirem que seu comportamento sexual, que viola os corpos e vidas das mulheres, é algo natural, incontrolável e culpa das vítimas, precisa de mudanças urgentes. E mais uma vez, a Plan International Brasil reafirma que as violências contra mulheres e meninas têm causas estruturais que precisam ser reveladas e combatidas: o machismo, o racismo e o classismo marcam o processo de socialização da sociedade brasileira e por isso é necessário um esforço para que as bases sejam os princípios da justiça, igualdade de gênero, liberdade e respeito às diferenças.

Os dados da pesquisa são alarmantes e referem-se a toda sociedade. “É urgente o chamado para a revisita aos meios de comunicação, aos currículos escolares, as práticas das instituições que reiteram estereótipos de gênero e reproduzem os padrões de socialização misóginos. É necessária uma perspectiva de socialização que promova o acesso integral e irrestrito das mulheres aos seus direitos, ao direito a uma vida livre de violência, ao bem viver”, declara Viviana.

Nesse momento, reafirmamos nossos compromissos pela igualdade de gênero e pelo protagonismo das mulheres e meninas. Vamos seguir mobilizando a sociedade através de nossos projetos, campanhas e mobilizações, no marco do Movimento Global “Por Ser Menina” (Because I am a Girl), e também em conjunto com outras organizações e com a Rede de Promoção dos Direitos das Meninas e Igualdade de Gênero. Assim, meninas e mulheres serão as transformadoras de suas vidas e alcançarão seu pleno potencial, livres de violências e outras barreiras que lhe são impostas pelo fato de serem mulheres.

A Plan International Brasil conclama, então, toda a sociedade brasileira para unir esforços nesse movimento.




Sobre a Plan International Brasil: A Plan International é uma organização não-governamental de origem inglesa ativa desde 1937 e presente em 71 países. No Brasil desde 1997, a organização possui hoje mais de 20 projetos, impactando aproximadamente 70 mil crianças e adolescentes. A Plan International Brasil parte do princípio de que assegurar o direito de crianças e adolescentes é um dever e não uma escolha. Em 2011, lançou a campanha mundial “Por Ser Menina”, com o objetivo de acabar com as raízes da discriminação contra meninas, exclusão e vulnerabilidade, por meio da educação e do desenvolvimento de habilidades. Como resultado dos esforços da Plan International, em 2012 a ONU instituiu o dia 11 de outubro o Dia Internacional da Menina. Para mais informações sobre a organização, acesse: www.plan.org.br
 

Gastos dos brasileiros no exterior aumentam – é hora de viajar e consumir?




Em meio a tantas notícias sobre crise, economia instável, alta do desemprego, falta de confiança da população, dentre tantas outras de cunho negativo, uma notícia se destacou nos noticiários essa semana: brasileiros gastaram US$ 1,29 bilhão em viagens ao exterior em agosto, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC).

Isso representa uma alta de 2,3%, comparado ao mesmo período do ano passado. Mas é verdade também que esta é a primeira vez, desde janeiro de 2015, que as despesas aumentaram, em comparação com o mesmo mês anterior. Além disso, no acumulado dos oito primeiros meses de 2016, houve queda de 28,6% nos gastos.

Para o educador financeiro e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinaldo Domingos, um dos principais motivos que estimularam a alta de agosto foi o recuo da taxa de câmbio. “Há não muito tempo, o dólar ultrapassou os R$4 e, agora, ele tem ficado estável, girando em torno de R$3,20. No acumulado de 2016, o dólar baixou 18,2%. Parece que a confiança do consumidor também vem se recuperando nos últimos meses”.

Pode até ser que a situação venha dando indícios de melhora – Domingos diz que precisa de mais tempo para saber o resultado dos fatos –, no entanto, ainda segundo ele, é necessário ter cautela e agir com consciência e educação financeira sempre, especialmente em momentos como esse. “Não dá para acompanhar ‘o fluxo’, achando que tudo está perfeito, sem analisar as próprias possibilidades”.

É hora de viajar e consumir?
Caso haja um planejamento prévio para realizar a viagem agora, já é meio caminho andado na direção certa, de acordo com o educador financeiro. Há economistas que defendem que o valor da moeda americana caia ainda mais este ano, mas isso só se saberá quando – e se – de fato acontecer.

“É importante analisar todos os aspectos, afinal, não é apenas a tríade passagem aérea + hospedagem + alimentação que conta, tem o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), seguro viagem, reserva financeira – até porque, ninguém está livre de imprevistos –, dinheiro para as compras e presentes/lembranças que quer trazer para familiares e amigos que ficaram aqui”, explica. Se tudo isso está considerado no orçamento, então, é só curtir a viagem.

Mas, se a viagem não estava nos planos e surgiu de última hora, Domingos alerta que é preciso ir devagar e pensar em todas essas questões. Para ele, talvez, seja melhor esperar, se planejar melhor e poupar para a realização desse objetivo, o que será muito mais vantajoso em relação ao que poderá fazer de fato durante o passeio, financeiramente falando.

“Outro ponto que deve ser bem pensado é sobre a confiança na economia. Caso tenha alguma dúvida sobre sua permanência no mercado de trabalho ou da prosperidade de seu próprio negócio, veja se sua reserva financeira é suficiente para cobrir suas despesas do dia a dia por e por quanto tempo”, finaliza.




DSOP Educação Financeira
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