A médica Rafaela Pozzobon, da Oncologia D’Or,
afirma que esta doença silenciosa é mais prevalente em homens e tem como
fatores de risco o tabagismo, a hipertensão, o excesso de peso, o sedentarismo
e as doenças renais.
A
Sociedade Brasileira de Urologia1 aponta que, em três anos, o câncer
de rim foi responsável por 10.800 mortes. Segundo o Observatório Global do
Câncer2, ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil
registrou em 2022 11.090 casos da doença, a maioria em homens com mais de 60
anos. A Campanha Março Vermelho é um momento oportuno para chamar a atenção da
população para essa doença silenciosa, que costuma ser diagnosticada por acaso
em exames de imagem ou no surgimento de sintomas como sangue na urina, perda de
peso, dor nas costas ou na lateral da barriga e febre.
Os fatores de risco mais comuns são a obesidade e o sobrepeso, o tabagismo, a hipertensão, o sedentarismo e as doenças renais. A médica Rafaela Pozzobon, da Oncologia D’Or, explica que já existem estudos indicando que pacientes com cálculo renal têm mais propensão a desenvolver esse tipo de câncer. Entretanto, as evidências científicas não são tão robustas quanto às que associam a enfermidade a outros fatores.
A
relação entre o câncer de rim e o excesso de gordura corporal preocupa os
especialistas porque a obesidade segue avançando no Brasil. Segundo a pesquisa
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico3 (Vigitel), do Ministério da Saúde, os obesos
representavam 24,3% do público entrevistado em 2023. Esse porcentual é mais que
o dobro dos 11,8% computados pelo levantamento em 2006.
“Ainda
não se sabe exatamente quais os mecanismos que fazem o excesso de peso
propiciar o desenvolvimento deste tipo de câncer”, pondera a médica. “A teoria
mais aceita é que o volume extra de gordura nas células aumenta o processo
inflamatório e a resistência do organismo à insulina, favorecendo o
aparecimento de tumores malignos”, complementa.
Diagnóstico
precoce e tratamento
Embora
não existam exames de rastreio para o câncer de rim, os médicos recomendam a
realização regular de exames de imagem – como ultrassom, tomografia ou ressonância
magnética – para pessoas com histórico familiar da enfermidade e com doenças
renais tratadas como diálise a longo prazo.
A cirurgia consiste no principal tratamento para tumores localizados. Nesses casos, a taxa de cura ultrapassa os 80%. Nos últimos anos, o arsenal terapêutico para o câncer renal cresceu bastante. A introdução da imunoterapia e dos medicamentos inibidores de tirosina quinase aumentou muito a sobrevida de pacientes com metástase. Pacientes com tumores avançados, mas sem metástase, também podem receber a imunoterapia após a ressecção do tumor, o que aumenta sua sobrevida.
Oncologia D'Or
Referências
- Sociedade Brasileira de Urologia. Disponível em Link
- Global Cancer Observatory. Disponível em
chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://gco.iarc.who.int/media/globocan/factsheets/populations/76-brazil-fact-sheet.pdf
- Agência Governamental. Disponível em https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202410/no-dia-da-prevencao-da-obesidade-conheca-as-acoes-do-ministerio-da-saude-para-a-prevencao-e-controle-da-doenca
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