Percebo que a retenção de talentos tem sido um desafio cada vez maior para grande parte das empresas - não só em tecnologia, mas de maneira geral -, que precisam lidar com pessoas de diferentes gerações no time e que muitas vezes perdem colaboradores com um potencial enorme por razões que poderiam ter sido evitadas. E por que será que isso vem aumentando?
O que tenho notado, especialmente após a pandemia, é uma ‘exploração velada’
dos funcionários, oferecendo condições de trabalhos inadequadas, um ambiente
tóxico - para usar o jargão da moda -, com salários abaixo do mercado e, muitas
vezes, sem benefícios. Hoje, as pessoas possuem mais possibilidades no mercado
e não aceitam que tenham que desempenhar muitas funções sem serem remuneradas
adequadamente por isso.
A insatisfação pode surgir a partir de várias razões, mas quando mexemos com o
bolso, o “buraco é ainda mais embaixo”. Sem contar que os colaboradores, em
especial, os mais jovens, não costumam aguentar calados algumas imposições que
são feitas e, por essa razão, acabam sendo taxados como preguiçosos ou que não
querem trabalhar. E sabemos que muitas vezes, não é verdade.
De acordo com o relatório de 2024 realizado pela Talent Trends, empresa de
recrutamento e seleção da Michael Page, cerca de 28% dos brasileiros, mesmo
estando satisfeitos em seus empregos, buscam ativamente novas oportunidades.
Esse dado, somado ao aumento da insatisfação salarial - que passou de 39% para
52% em um ano -, sinaliza uma insatisfação crescente no mercado de trabalho.
Muitas vezes, a liderança perde ótimos funcionários por besteira, pois não quis
aumentar o salário ou dar algum benefício - mesmo percebendo que existe mérito
naquele colaborador, ou porque impôs condições que mais prejudicam do que
ajudam. Essas pequenas coisas acabam desgastando as pessoas, que passam a
buscar outras oportunidades de trabalho, para que possam sair da empresa em que
estão e começarem em outro serviço.
As companhias precisam estar cada vez mais cientes de que devem mudar algumas
condutas para que consigam atrair e, principalmente, reter talentos que já
fazem parte da equipe. É importante destacar que não estou falando que os
gestores devem fazer tudo que os colaboradores querem, mas precisam ter escuta
ativa para conseguir fornecer melhores condições de trabalho no geral e
possibilidades de crescimento.
Sim, o salário ou a remuneração financeira é importante, mas mesmo um bom
salário, uma hora cansa, a depender do ambiente de trabalho, que é basicamente
definido pela liderança e a forma com que se faz gestão. Neste sentido,
utilizar uma ferramenta como os OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e
Resultados Chaves) -, pode ajudar neste processo. Você deve estar se
perguntando: por quê?
A ferramenta propõe que os integrantes do time façam parte da construção das
metas, dos objetivos e dos resultados que devem ser alcançados no final do
ciclo, o que além de ser importante para a evolução da empresa, fará com que
cada colaborador se sinta mais valorizado, pois propicia que eles visualizem
como seu trabalho impacta o todo. Isso aumenta muito o engajamento dos
colaboradores e será uma turbinada nos esforços para alcançar os resultados
almejados.
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