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quinta-feira, 27 de março de 2025

Especialista explica como a Inteligência Artificial está mudando os centros cirúrgicos

Imagine um mundo onde cirurgiões contam com um "assistente digital" capaz de identificar detalhes invisíveis a olho nu. A Inteligência Artificial (IA) está revolucionando a prática médica, com impactos significativos na cirurgia geral, pois pode aumentar a precisão cirúrgica, diminuir complicações, otimizar o tempo de operação e apoiar decisões durante o procedimento. A tecnologia é aplicada em várias fases da cirurgia, desde o planejamento pré-operatório, até a assistência em tempo real durante a operação. 

Esse cenário já é realidade, segundo o Dr. Bruno Ferola, cirurgião do Hospital Mater Dei Santa Clara, que destacou como a tecnologia otimiza o armazenamento de dados, reduz complicações e impulsiona a cirurgia robótica.


Diagnóstico mais afiado e cirurgias mais precisas

O primeiro impacto da IA aparece antes mesmo do paciente entrar no centro cirúrgico. De acordo com o cirurgião, a IA tem papel central no aprimoramento de exames de imagem. "Por meio de bancos de dados, a tecnologia melhora a análise de imagens, aumentando a precisão diagnóstica", explicou. Um estudo publicado no Nature Medicine (2022) corrobora que algoritmos de IA identificam anomalias em radiografias e tomografias com até 95% de acurácia, superando avaliações manuais, em alguns casos.  


E quando a cirurgia começa? 

Em procedimentos minimamente invasivos, como as laparoscopias, a IA atua como um "segundo par de olhos". Ela analisa as imagens em tempo real, alertando o cirurgião sobre vasos sanguíneos delicados ou tecidos que exigem atenção extra. A integração de inteligência artificial (IA) tem ampliado ainda mais essas capacidades. Um estudo publicado no Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences destaca que sistemas robóticos equipados com IA são capazes de prever complicações, como sangramentos, com até 89% de precisão, além de aprimorar a personalização de tratamentos, com base em históricos médicos.


Menos complicações, mais confiança

Sobre a resistência de profissionais, Dr. Bruno reconhece que inovações geram desconfiança inicial, mas afirma: "à medida que os benefícios se tornam evidentes, a adoção aumenta". De acordo com levantamento da Associação Médica Americana, em 2024, 66% dos médicos disseram que usavam IA. "Quando os resultados aparecem, a tecnologia conquista seu espaço", afirma o médico.  


O cirurgião continua no comando

A IA é uma ferramenta com grande potencial na cirurgia geral. No entanto, sua aplicação na prática médica ainda esbarra em desafios, como a necessidade de validação criteriosa, adaptação aos sistemas já em uso e capacitação adequada dos profissionais da saúde. 

O cirurgião enfatiza que a IA não substitui o julgamento clínico. "A decisão e a ação são sempre prerrogativas do médico", afirmou. Para Dr. Bruno, o caminho é "equilibrar inovação com segurança", assegurando que avanços tecnológicos continuem aliados à expertise médica. E enquanto os robôs ganham espaço nas salas de operação, uma máxima permanece: por trás de toda tecnologia, há um cirurgião decidindo quando — e como — usá-la.


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