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| IA pode aproximar idosos de serviços digitais e ampliar segurança. Divulgação |
Data celebrada nesta quarta-feira (01/10) coloca em discussão a importância de aproximar tecnologia de um público cada vez mais ativo e longevo
Quando seu banco passou a oferecer um serviço em que bastava falar
“pagar conta de luz” para a operação ser concluída, Silma Buttow, 74 anos,
voltou a sentir confiança em resolver sozinha tarefas que antes pareciam
impossíveis. A experiência dela reflete um movimento crescente e estimula uma
reflexão nesta quarta-feira, em que se celebra o Dia do Idoso: o uso de
inteligência artificial e comandos de voz como aliados da população acima dos
60 anos no acesso ao mundo digital.
O desafio é enorme. O Brasil terá mais idosos do que crianças até
2030, segundo projeção do IBGE. Hoje, já são 34 milhões de pessoas acima dos 60
anos no país. Boa parte ainda enfrenta barreiras para navegar online. Dados do
Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação
mostram que quase 40% dos idosos não utilizam a internet. Entre os que
utilizam, sete em cada dez relatam dificuldades em realizar tarefas básicas,
como transferências bancárias ou compras online.
“Trabalhei na área da Contabilidade há muitos anos.
Era outra era. Agora, tudo é novo em termos de tecnologia. E, claro, nós,
idosos, temos outro ritmo de aprendizado, além de, muitas vezes, nos sentirmos
fragilizados pelos riscos de golpes”, conta Silma, hoje aposentada.
Essa exclusão digital tem efeitos diretos, pois acaba
restringindo o acesso a serviços, aumentando a dependência de familiares e
ampliando a exposição a crimes. Segundo a SaferNet Brasil, os idosos estão
entre os principais alvos de fraudes financeiras. Só em 2024, foram registradas
mais de 95 mil denúncias de golpes contra esse público.
Especialista em pagamentos digitais, a cofundadora do Max, Betina Wecker, destaca a importância de se pensar nesse público no desenvolvimento de serviços de tecnologia. “Conseguir pagar uma conta sozinho ou transferir dinheiro sem precisar pedir ajuda dá mais autonomia e dignidade para essa faixa etária. A tecnologia precisa estar a serviço disso e se encaixar nas mais diversas realidades, não o contrário”, afirma Betina.
O Max é o primeiro banco digital brasileiro a operar
100% usando IA, desde o primeiro contato com o cliente, até as decisões de
gestão da conta. Ele opera por comando de voz, texto ou imagem para abrir
contas, realizar pagamentos, transferências e acessar suporte. Funciona também
no WhatsApp, integrando-se à rotina dos usuários.
Dona Silma adotou o banco digital por sugestão da
neta. A adaptação foi tão rápida quanto os poucos segundos que hoje ela leva
para efetuar pagamentos. “Agora, eu faço pix para ela, pago minhas contas em
qualquer lugar, a qualquer hora. Está tudo mais ágil, fácil e, principalmente,
mais seguro,” celebra a aposentada.

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