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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Alices estreia no dia 13 de novembro no Sesc Pinheiros. O espetáculo parte de um encontro inusitado para denunciar a violência de gênero

Foto de João Caldas 


Espetáculo tem texto de Jarbas Capusso Filho, direção de Joana Dória e atuação de Fábia Mirassos e Nicole Cordery


 

Como uma resposta aos elevados índices de feminicídio no Brasil - só em 2024, o país registrou 1.500 casos levantados pelo LESFEM (Laboratório de Estudos de Feminicídios) - a peça Alices surge para alertar sobre o tema e a necessidade de criação de políticas públicas contra a violência de gênero. A temporada de estreia acontece de 13 de novembro a 13 de dezembro, no Sesc Pinheiros, com sessões de quinta a sábado, às 20h30. O espetáculo tem dramaturgia de Jarbas Capusso Filho, direção de Joana Dória e atuação de Nicole Cordery e Fábia Mirassos.

 

Com uma atmosfera onírica, a peça acompanha o diálogo entre duas mulheres desconhecidas chamadas Alice em um lugar indefinido e à espera de não se sabe quem. Aos poucos, elas revelam suas histórias e o que ambas têm em comum para além do nome. 

 

Ao público, recomenda Jarbas Capusso Filho, cabe olhar para essas situações apresentadas pelas personagens e julgá-las com um olhar crítico. “Pretendo com isso que o público questione a realidade social e as injustiças. Com o realismo fantástico, pretendo alcançar uma narração de eventos sociais para provocar a crítica e a análise dialética, não apenas na identificação emocional. Penso que o feminicídio e a violência de gênero pedem uma análise crítica com distanciamento passional, o que não interdita a emoção, mas a traz com pensamento crítico”, acrescenta o autor.

 

Para a diretora Joana Dória, a dramaturgia “leva em conta histórias e dados reais, mas propõe uma construção ficcional que busca a conexão com o público e introduz o tema aos poucos. A atuação de Fábia Mirassos e Nicole Cordery é, junto ao texto, o centro do trabalho e nos conduz pelos diversos tons que a dramaturgia articula: absurdo, humor, densidade emocional, distanciamento crítico”.

 

A encenação cria esse “não-lugar” proposto pelo texto como uma instalação cênica. “Essa instalação procura ao mesmo tempo denunciar a presença indigesta e cotidiana do feminicídio na sociedade brasileira, informar e conscientizar o público sobre a questão, valorizar ações de luta e criações artísticas de resistência e também, de algum modo, honrar a memória de tantas mulheres que perdemos para o feminicídio em 2025 no Brasil. São referências diretas e citadas por nós os trabalhos da artista cubana-americana Ana Mendieta, da artista mexicana Elina Chauvet e da artista brasileira Rosana Pauli”, acrescenta a diretora.

 

A amizade feminina e o acolhimento entre mulheres é um dos temas centrais da peça para a atriz Nicole Cordery. “As duas Alices se conhecem nessa espécie de limbo e se escutam com muito respeito e atenção. E a cura passa por esse acolhimento. Numa sociedade que ensinou as mulheres que elas deveriam se calar e se sujeitar à violência masculina, nossa peça vem demonstrar o oposto. Precisamos falar e nos acolher, umas às outras, sem qualquer julgamento”, diz. 

 

Já para a atriz Fábia Misassos a força da peça está na forma como a história é contada. “Embora esse assunto nos amedronte cada vez mais, o trabalho tem uma abordagem sutil, com humor, leveza e força, em uma narrativa que não é convencional ou panfletária. Além disso, a direção da Joana traz uma abordagem muito sensível, com foco em momentos quase cinematográficos, nos quais o silêncio possui grande significado.”, revela.

 

 

Ficha Técnica


Idealização e Direção: Joana Dória 

Dramaturgia: Jarbas Capusso Filho 

Elenco: Fábia Mirassos e Nicole Cordery 

Assistência de Direção: Madu Arakaki 

Desenho de Luz: Henrique Andrade

Trilha Sonora Original: Pedro Semeghini

Músicos: Camila Mirelli da Silva Rodrigues (violino), Daniel Sousa Lima (violoncelo), Guilherme Rodrigues dos Santos (violino) e Mylena Cavalcanti Lima (viola)

Cenário e Figurino: Joana Dória

Assistência de Cenário: Madu Arakaki 

Visagismo: Fábia Mirassos

Operação de Luz e Som: Giovanna Gonçalves e Henrique Andrade 

Fotos: João Caldas

Comunicação Visual: Manuela Afonso

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Produção Executiva: Madu Arakaki 

Direção de Produção: Carol Vidotti

 

 

Sinopse


Duas mulheres desconhecidas, ambas chamadas Alice, se encontram em um lugar indefinido à espera de não se sabe quem. O diálogo que se desenrola entre elas revela aos poucos suas histórias e também o quê mais as duas têm em comum além do nome.

 



Serviço


Alices, de Jarbas Capusso Filho, com direção de Joana Dória 

Temporada: 13 de novembro a 13 dezembro de 2025*

De quinta-feira a sábado, às 20h30.

Nos feriados dos dias 15/11 e 20/11, a sessão acontece às 18h e, no dia 28/11, haverá apresentação às 16h e às 20h30

Sesc Pinheiros - Auditório - Rua Paes Leme, 195, Pinheiros

Ingressos: R$15 (Credencial Plena), R$25 (meia-entrada) e R$ 50 (inteira)

Vendas online em sescsp.org.br

Capacidade: 100 lugares

Classificação: 14 anos

Duração: 60 minutos

Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. *Nos dias 21 e 22/11, há tradução em Libras

 

 

Sesc Pinheiros   

Rua Paes Leme, 195, Pinheiros - São Paulo (SP) 

Horário de funcionamento: Terça a sexta: 10h às 22h. Sábados: 10h às 21h. Domingos e feriados: 10h às 18h30

Estacionamento com manobrista 

Como Chegar de Transporte Público: 350m a pé da Estação Faria Lima (metrô | linha amarela), 350m a pé da Estação Pinheiros (CPTM | Linha Esmeralda) e do Terminal Municipal Pinheiros (ônibus). 

Acessibilidade: A unidade possui rampas de acesso e elevadores, além de banheiros e vestiários adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. Também conta com espaços reservados para cadeirantes.

 

 

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