Espetáculo tem texto de Jarbas Capusso Filho,
direção de Joana Dória e atuação de Fábia Mirassos e Nicole
Cordery
Como
uma resposta aos elevados índices de feminicídio no Brasil - só em 2024, o país
registrou 1.500 casos levantados pelo LESFEM (Laboratório de Estudos de
Feminicídios) - a peça Alices surge para alertar sobre o tema e a
necessidade de criação de políticas públicas contra a violência de gênero. A
temporada de estreia acontece de 13 de novembro a 13 de dezembro, no Sesc
Pinheiros, com sessões de quinta a sábado, às 20h30. O espetáculo tem
dramaturgia de Jarbas Capusso Filho, direção de Joana Dória e
atuação de Nicole Cordery e Fábia Mirassos.
Com
uma atmosfera onírica, a peça acompanha o diálogo entre duas mulheres
desconhecidas chamadas Alice em um lugar indefinido e à espera de não se sabe
quem. Aos poucos, elas revelam suas histórias e o que ambas têm em comum para
além do nome.
Ao
público, recomenda Jarbas Capusso Filho, cabe olhar para essas situações
apresentadas pelas personagens e julgá-las com um olhar crítico. “Pretendo com
isso que o público questione a realidade social e as injustiças. Com o realismo
fantástico, pretendo alcançar uma narração de eventos sociais para provocar a
crítica e a análise dialética, não apenas na identificação emocional. Penso que
o feminicídio e a violência de gênero pedem uma análise crítica com
distanciamento passional, o que não interdita a emoção, mas a traz com
pensamento crítico”, acrescenta o autor.
Para
a diretora Joana Dória, a dramaturgia “leva em conta histórias e dados reais,
mas propõe uma construção ficcional que busca a conexão com o público e
introduz o tema aos poucos. A atuação de Fábia Mirassos e Nicole Cordery é,
junto ao texto, o centro do trabalho e nos conduz pelos diversos tons que a
dramaturgia articula: absurdo, humor, densidade emocional, distanciamento
crítico”.
A
encenação cria esse “não-lugar” proposto pelo texto como uma instalação cênica.
“Essa instalação procura ao mesmo tempo denunciar a presença indigesta e
cotidiana do feminicídio na sociedade brasileira, informar e conscientizar o
público sobre a questão, valorizar ações de luta e criações artísticas de resistência
e também, de algum modo, honrar a memória de tantas mulheres que perdemos para
o feminicídio em 2025 no Brasil. São referências diretas e citadas por nós os
trabalhos da artista cubana-americana Ana Mendieta, da artista mexicana Elina
Chauvet e da artista brasileira Rosana Pauli”, acrescenta a diretora.
A amizade feminina e o acolhimento entre mulheres é um dos temas centrais da peça para a atriz Nicole Cordery. “As duas Alices se conhecem nessa espécie de limbo e se escutam com muito respeito e atenção. E a cura passa por esse acolhimento. Numa sociedade que ensinou as mulheres que elas deveriam se calar e se sujeitar à violência masculina, nossa peça vem demonstrar o oposto. Precisamos falar e nos acolher, umas às outras, sem qualquer julgamento”, diz.
Já para a atriz Fábia Misassos a
força da peça está na forma como a história é contada. “Embora esse assunto nos
amedronte cada vez mais, o trabalho tem uma abordagem sutil, com humor, leveza
e força, em uma narrativa que não é convencional ou panfletária. Além disso, a
direção da Joana traz uma abordagem muito sensível, com foco em momentos quase
cinematográficos, nos quais o silêncio possui grande significado.”, revela.
Ficha Técnica
Idealização e Direção: Joana
Dória
Dramaturgia: Jarbas Capusso
Filho
Elenco: Fábia Mirassos e Nicole
Cordery
Assistência de Direção: Madu
Arakaki
Desenho de Luz: Henrique Andrade
Trilha Sonora Original: Pedro
Semeghini
Músicos: Camila Mirelli da Silva
Rodrigues (violino), Daniel Sousa Lima (violoncelo), Guilherme Rodrigues dos
Santos (violino) e Mylena Cavalcanti Lima (viola)
Cenário e Figurino: Joana Dória
Assistência de Cenário: Madu
Arakaki
Visagismo: Fábia Mirassos
Operação de Luz e Som: Giovanna
Gonçalves e Henrique Andrade
Fotos: João Caldas
Comunicação Visual: Manuela Afonso
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Produção Executiva: Madu Arakaki
Direção de Produção: Carol Vidotti
Sinopse
Duas mulheres desconhecidas, ambas
chamadas Alice, se encontram em um lugar indefinido à espera de não se sabe
quem. O diálogo que se desenrola entre elas revela aos poucos suas histórias e
também o quê mais as duas têm em comum além do nome.
Serviço
Alices, de Jarbas Capusso Filho, com direção de Joana
Dória
Temporada: 13 de novembro a 13 dezembro de 2025*
De quinta-feira a sábado, às 20h30.
Nos feriados dos dias 15/11 e 20/11,
a sessão acontece às 18h e, no dia 28/11, haverá apresentação às 16h e às 20h30
Sesc Pinheiros - Auditório - Rua Paes Leme, 195, Pinheiros
Ingressos: R$15 (Credencial Plena), R$25 (meia-entrada) e R$ 50
(inteira)
Vendas online em sescsp.org.br
Capacidade: 100 lugares
Classificação: 14 anos
Duração: 60 minutos
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade
reduzida. *Nos dias 21 e 22/11, há tradução em Libras
Sesc
Pinheiros
Rua
Paes Leme, 195, Pinheiros - São Paulo (SP)
Horário
de funcionamento: Terça a sexta: 10h às 22h. Sábados: 10h às 21h. Domingos e
feriados: 10h às 18h30
Estacionamento com manobrista
Como Chegar de Transporte Público: 350m a pé da Estação Faria Lima (metrô | linha amarela), 350m a pé da Estação Pinheiros (CPTM | Linha Esmeralda) e do Terminal Municipal Pinheiros (ônibus).
Acessibilidade:
A unidade possui rampas de acesso e elevadores, além de banheiros e vestiários
adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. Também conta com espaços
reservados para cadeirantes.

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