Perdas
financeiras podem ser recuperadas. Vidas, não. Todos nos assustamos com a
agressividade do Furacão Milton, que atingiu a Flórida na última quinta-feira
(10) na categoria 5. Mas, mesmo diante de seus danos devastadores ao estado,
fato é que, se compararmos com outros desastres que já atingiram a região, como
o famoso Furacão Katrina, a letalidade deste recente foi significativamente
menor – muito disso graças ao avanço da tecnologia e inovação nos últimos anos
que foi empregada perante uma análise preventiva à população.
Tendo
ganho força rapidamente e surpreendido muitos cientistas e pesquisadores, o
fenômeno se formou no Golfo do México e se intensificou devido às altas
temperaturas das águas na região, apresentando ventos de até 250 km/h. Seu
perigo era tanto que a própria Prefeita do estado pediu que a população
evacuasse o local, apelando com o discurso de que “aqueles que ficassem nas
áreas de maior risco, iriam morrer”.
Seus
estragos à infraestrutura local foram inevitáveis, com perdas econômicas
projetadas em torno de US$ 60 bilhões por analistas locais. Porém, por outro
lado, temos que ressaltar que as mortes causadas por este fenômeno foram
significativamente menores em comparação com outros. Pouco mais de 15 mortes
foram oficialmente confirmadas até a última sexta (11), algo que foi fortemente
auxiliado através da tecnologia.
Comparativamente,
o Furacão Katrina, o qual destruiu a região metropolitana de Nova Orleans,
chegou a causar mais de mil mortes à época. O que, então, mudou de lá para cá,
para termos uma grande diferença nestes termos? A digitalização do mercado
global. Os avanços tecnológicos presenciados nos últimos anos puderem ser
positivamente empregados nesse sentido, investindo recursos que trouxessem
análises preditivas que estimassem a data e horário que esses fenômenos
chegariam ao local, assim como sua provável gravidade e agressividade.
Como
exemplo disso, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos
Estados Unidos, um drone foi inserido no olho do Furacão Milton e conseguiu
reportar rajadas de vento de até 122 km/h a uma distância de menos de 80 km de
seu centro. Ele foi enviado com o objetivo de entender melhor o papel da
influência dos oceanos nos furacões, o que contribuiu, até mesmo, para
identificar o grau que estaria ao tocar o chão na Flórida.
Em
paralelo, muito foi explorado através da IA nessa prevenção, utilizando essa
ferramenta para monitoramento do avanço dos furacões a fim de traçar sua
possível rota, velocidade, gravidade, dia e hora em que atingiria determinada
região. Neste caso do Milton, estas informações permitiram que as autoridades
locais notificassem a população que se encontraria nas áreas de maior risco
para que evacuassem o local a tempo, salvando a maior quantidade possível de
vidas.
A
inovação tecnológica desenvolvida ao longo dos anos contribuiu para melhores
modelos matemáticos, sistema de computação e medições que tragam dados mais
precisos quanto estes impactos, de forma que seja possível se preparar, ao
máximo, para se proteger contra estes fenômenos inerentes à natureza.
Assim,
mesmo diante de tamanhos desastres que o Furacão Milton, inevitavelmente, gerou
ao estado, a tecnologia se fez uma forte aliada às vidas locais. Os danos
sentidos, certamente, servirão de aprendizado para melhorias contínuas, de
forma que possam ser desenvolvidas cada vez mais soluções robustas que
contribuam para uma maior assertividade nesta previsão e, consequentemente,
prevenção contra prejuízos que nenhum dinheiro conseguirá reverter.
Alexandre Pierro - mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e especialista de gestão da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.
ISO de inovação
www.isodeinovacao.com.br
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