- Quase 800 mil crianças brasileiras vivem com problemas
oftalmológicos não corrigidos; pesquisa estima que uma criança com visão
deficiente aprende aproximadamente metade do que uma criança com visão boa
ou corrigida;
- No total, as crianças brasileiras poderiam ganhar o
equivalente a quase 300 mil anos de escolaridade se problemas simples de
visão fossem corrigidos;
- Os ganhos potenciais que essas crianças trariam à
economia brasileira somam R$ 21,9 bilhões anuais — o terceiro maior entre
todos os países.
A cada dia letivo, 800 mil crianças brasileiras vão para a escola
com problemas de visão não corrigidos. Crianças com erros de refração – como
miopia ou hipermetropia ou astigmatismo – não conseguem enxergar lousas e
livros, e uma pesquisa inédita estimou pela primeira vez as perdas de
aprendizagem associadas a esses problemas.
O estudo, lançado pela Agência Internacional para a Prevenção da
Cegueira (IAPB) e a Fundação Seva, por ocasião do Dia Mundial da Visão, celebrado
neste 10 de outubro, mostra que uma criança com visão deficiente aprende
aproximadamente metade do que uma criança com visão boa ou corrigida.
Essa perda de aprendizagem afeta diretamente os ganhos do
indivíduo ao longo da vida e, consequentemente, a economia brasileira. Por
exemplo: se uma criança de cinco anos recebe os óculos no início da vida
escolar, e continua usando-os até os 18 anos, ela terá ao longo da vida uma
renda, em média, 78,1% maior do que se nunca tivesse corrigido a visão – em
valores nominais, os ganhos seriam de até R$ 296.500.
A nova pesquisa mostra que, se todas as crianças com problemas de
visão tivessem acesso a óculos, o Brasil ganharia quase 300 mil anos de
escolaridade a cada ano, o que representaria um aumento futuro de quase R$ 21,9
bilhões para a economia do país. O valor é o terceiro maior entre todos os
países.
“Com essa primeira estimativa global das reais perdas de
aprendizado associadas à má visão, vemos o quanto nossas crianças poderiam ser
beneficiadas ao receber óculos quando necessário. No Brasil, que
consistentemente ocupa as últimas posições em indicadores de educação em
comparação aos outros países, é importante garantir que a má visão não esteja
impedindo nenhuma criança de aprender e prosperar”, diz Caio Abujamra,
Presidente do Instituto Suel Abujamra.
Dhavi Pietro da Silva, de 12 anos, natural de Campina Grande, na Paraíba,
vivenciou a melhora no aprendizado ao ter a visão corrigida. Ele tem
astigmatismo, mas não tinha os recursos financeiros necessários para adquirir
os óculos de que necessitava. No ano passado, ele aproveitou a oportunidade
para escrever uma carta ao Papai Noel pedindo um exame de vista e óculos de
grau.
"Estudar sem os óculos era muito ruim. Primeiro, me sentava
no fundo da sala e precisei me mudar para as primeiras fileiras para enxergar a
lousa. Mas, mesmo assim, eu enxergava embaçado, a visão escurecia, tudo era
muito difícil”, relata Dhavi.
A história de Dhavi chamou a atenção de uma ótica da região, que
doou óculos para ele e sua mãe. “Com meus novos óculos, tudo mudou
completamente. Posso ver de longe e de perto; fez uma grande diferença nos meus
estudos. Estou indo bem na escola e agora só tiro notas boas",
compartilha.
Na maioria das vezes, os erros de refração na visão não são
corrigidos simplesmente porque não foram identificados – muitos alunos não têm
acesso fácil a exames oftalmológicos ou não estão cientes da importância de
fazer um exame de visão todo ano.
“A intervenção precoce e a saúde ocular regular são essenciais
para desbloquear oportunidades educacionais e potencial econômico futuro. A
saúde ocular em jovens não é opcional – é fundamental para tudo”, afirma Peter
Holland, CEO da IAPB.
O Instituto Suel Abujamra, a Renovatio/GoodVision Brasil e o
Instituto VerTer uniram forças para criar a aliança “Juntos pela Visão”,
comprometida em fornecer cuidados oftalmológicos para populações socialmente
vulneráveis em todo o Brasil. Por meio dessa parceria, as três organizações combinam seus recursos e esforços para estender seu alcance a nível
nacional, garantindo que o maior número possível de pessoas receba esse suporte.
A iniciativa oferece exames de visão gratuitos por oftalmologistas
em escolas públicas, identificando crianças que precisam de óculos e
oferecendo-os sem nenhum custo. Além disso, crianças diagnosticadas com
problemas oculares são encaminhadas ao sistema público de saúde para tratamento
especializado.
A IAPB, aliança abrangente para o setor global de saúde ocular,
ressalta a importância de ampliar o acesso a exames de visão e óculos.
Como parte da campanha de 2024 por ocasião do Dia Mundial da
Visão, a agência organizou ainda uma competição entre crianças de todo o mundo,
intitulada “Óculos do Futuro”. O concurso propõe que elas usem sua criatividade para imaginar como
serão os óculos das próximas décadas, contribuindo, assim, para a
conscientização a respeito da necessidade de exames de vista regulares.
Os seguintes porta-vozes estão disponíveis para entrevistas:
- Peter Holland, Diretor-Executivo da IAPB;
- Dhavi Pietro da Silva, o menino de 12 anos da Paraíba
que escreveu uma carta para o Papai Noel pedindo um exame de vista e
óculos de grau;
- Caio Abujamra, Presidente do Instituto Suel Abujamra.
Mais informações
O relatório completo da pesquisa, incluindo metodologia detalhada,
pode ser encontrado aqui.
Acesse aqui mais informações sobre a competição "Óculos do
Futuro".
Acesse aqui
mais informações sobre o Dia Mundial da Visão 2024.
Acesse aqui mais
informações sobre a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB).
Acesse aqui
mais informações sobre a campanha Ame Seus Olhos.
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