De acordo com dados do Ministério da Saúde, duas a cada 1.000 crianças nascidas vivas sofrem de paralisia cerebral
A paralisia cerebral compreende um espectro de
alterações neurológicas permanentes que comprometem a atividade motora e a
postura, causando limitações funcionais, tais como alterações sensoriais, de
percepção, cognição, comunicação e comportamentais. Atualmente, duas a cada mil
crianças nascidas vivas possuem paralisia cerebral, segundo o Ministério da
Saúde. E com isso, buscar a autonomia da criança é um dos objetivos principais
dos pais.
Segundo a fisioterapeuta especialista em
fisioterapia neurofuncional da criança e do adolescente, Juliana Bilhar, a
reabilitação física é fundamental para proporcionar uma melhor qualidade de
vida para a criança. "Com a reabilitação, em conjunto com os tratamentos
médicos, ela pode frequentar atividades esportivas, escolares e culturais, o
que ajuda no desenvolvimento motor”. Um estudo de revisão sistemática na
Journal of Pediatric Rehabilitation Medicine analisou 25 estudos diferentes e
encontrou que a fisioterapia neurofuncional resultou em uma melhora média de
20% na função motora global em crianças com paralisia cerebral.
Entre as principais atividades desenvolvidas com
crianças com paralisia cerebral estão a mobilidade articular e flexibilidade
muscular, o fortalecimento muscular, treinos funcionais — seja com andador, na
esteira ou na bicicleta —, além da mobilidade precoce. “Com o suporte de peso ou
mesmo nos andadores, a criança executa a movimentação corporal de forma ativa”,
explica a especialista.
Além disso, estímulos fora do consultório são
também fundamentais. Pais, cuidadores e responsáveis são parte central da
reabilitação, estimulando a criança com paralisia cerebral por meio de
atividades. Juliana Bilhar cita alguns exemplos: Desenhar com giz de cera,
jogos de montar, bolas coloridas, brinquedos de encaixe ou jogos de que
incentivem a criança a se mover, como morto vivo, pedalada no parque, boliche
adaptado, entre outras opções que garantam a diversão e o engajamento. Assim
como atividades rítmicas, como o dançar, podem ser muito motivadoras e
estimular novas vivências.
“Essas atividades contribuem para a coordenação motora e visomotora, desenvolvendo o raciocínio, o equilíbrio, a agilidade e a concentração. No caso da troca de passos, a criança é estimulada a sustentar o peso e melhorar o controle de tronco, aumentando a força e a e a amplitude dos movimentos”, conclui a fisioterapeuta.
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