Já faz algum tempo que as startups, de maneira geral, não estão na melhor fase, passando por algumas dificuldades e experienciando um período conhecido como ‘inverno das startups’. Porém, será que diferente de nós, que vivenciamos atualmente a estação do inverno no nosso país, as startups conseguiram voltar a dar alguns sinais de otimismo para se aquecerem e sair desse frio?
Você deve estar se perguntando: por que digo que as startups não estão tão bem
quanto antes? Acredite, não tirei essa informação do nada. Segundo dados de um
estudo que foi realizado em 2021, pela Associação Brasileira de Venture Capital
e Private Equity (ABVCAP) e pela consultoria KPMG, houve um recorde de captação
para as startups brasileiras, que receberam US$ 9,7 bilhões em aportes.
Esse número foi extremamente positivo e ajudou a alavancar bastante o setor. No
entanto, essas fontes de investimento destinadas às startups diminuíram de
forma significativa nos dois anos seguintes. Inclusive, 2023 teve o pior
resultado registrado desde 2018, com “apenas” US$ 1,9 bilhão. Ou seja, a
conjuntura mudou e as startups começaram a passar por diversos tipos de
problemas.
Por outro lado, o primeiro semestre de 2024 se mostrou melhor do que os anos
anteriores e pode servir como esperança para determinados nichos de startups,
sendo uma luz no fim do túnel. Após quedas de juros e um equilíbrio no preço de
oferta das empresas no mercado, receber investimentos se torna mais propício e
mais viável, pois aumenta o interesse dos investidores.
Porém, essa boa fase ainda não se aplicará para todas as startups. Por
enquanto, empresas que estão ligadas à inteligência artificial são as
escolhidas para receberem investimentos. Afinal, apesar do tema polêmico, a IA
continua e vai seguir em alta, e possui grande destaque, além da demanda
estrutural por tecnologia não só no país como no mundo, que acaba necessitando
cada vez mais de recursos tecnológicos.
De acordo com dados de estudo realizado pelo Distrito, que fez o mapeamento de
mais de 1.000 startups, a inteligência artificial é a tecnologia com maior
representatividade entre os players da indústria de inovação,
tendo grande notoriedade na América Latina. Ou seja, isso só prova que de fato
é a área com mais força no momento e por essa razão, tende a receber
investimentos, principalmente no segundo semestre de 2024.
Para os investidores, os OKRs -
Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados) -, deveriam ser um
conhecimento básico esperado das pessoas envolvidas nas startups, mas essa não
é uma verdade. E especialmente para as que já estão em estágio mais avançado,
com mais pessoas trabalhando, os desafios de priorização e comunicação se
multiplicam enormemente, o que faz com que derrapem mais facilmente em busca do
seu lugar ao sol.
O fato é que investir na ferramenta não é um gasto a mais, muito pelo
contrário, é uma redução no risco do investimento, além de trazer a viabilidade
(ou não) do produto para um horizonte mais próximo de hoje. O investidor vai
saber antes se a tese da sua startup é válida ou não. E, com certeza, neste
ponto, tempo é dinheiro.
Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/
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