A prática de atividades físicas regulares e os cuidados adequados com a saúde têm efeitos profundos não apenas no corpo, mas também na saúde do cérebro
As Olimpíadas 2024 começaram em Paris com
mais de 10 mil atletas em 48 modalidades esportivas. Os Jogos levantam o tema
sobre a interface entre a saúde física e mental, que é amplamente reconhecida
nos estudos científicos.
Segundo a dra. Thais Bento, coordenadora
do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo (GETCUSP)
e parceira científica do SUPERA – Ginástica para o Cérebro, com a condução de
ensaios clínicos em treino cognitivo, “a prática de atividades físicas
regulares e os cuidados adequados com a saúde têm efeitos profundos não apenas
no corpo, mas também na saúde do cérebro e no bem-estar psicológico”.
Ela ressalta que a atividade física, além de
fortalecer o corpo, também proporciona uma série de benefícios para as
habilidades mentais. “Estudos demonstram que o exercício regular pode melhorar
o desempenho de memória, de atenção e a capacidade de aprender novas
informações. Conforme um estudo desenvolvido na pesquisa realizada por Bezerra
e equipe (2024), a atividade física regular está associada a melhorias
significativas na função cognitiva e na neuroplasticidade (capacidade do cérebro
de se adaptar e reorganizar). Além disso, os autores identificaram que a
prática regular de atividade física esteve
relacionada a uma redução no risco de
desenvolvimento da Doença de Alzheimer, além de terem encontrado benefícios
significativos nas habilidades cognitivas e na qualidade de vida de pessoas
diagnosticadas com a doença de Alzheimer”, conta Thais.
Ela explica ainda que a saúde mental é
igualmente beneficiada pela atividade física. “O exercício promove a liberação
de neurotransmissores, como endorfinas e serotonina, que estão associados a uma
melhora no humor, redução dos níveis de estresse e de ansiedade e na sensação
de bem-estar. De acordo com estudos de Nortel e colaboradores (2024) e Bond et
al. (2020), a prática regular de exercícios pode reduzir os sintomas de
depressão e ansiedade, e a intensidade e a frequência do exercício estão
correlacionadas com a melhoria do estado emocional.”
A pesquisadora afirma que o treinamento de
força foi considerado o mais eficaz, pois ajuda a melhorar a resistência física
e a promover mudanças estruturais no cérebro que estão associadas a uma maior
resiliência emocional e redução dos sintomas de estresse.
“É importante destacar que o exercício também
melhora a qualidade do sono, que desempenha um papel essencial na consolidação
da memória e na saúde cognitiva global. Um sono adequado é essencial para a
recuperação do corpo e da mente, facilitando a aprendizagem e a formação de
novas memórias”, diz.
Assim, para manter um cérebro saudável, além
da prática regular de atividade física, é fundamental adotar uma rotina que
inclua:
- Alimentação
equilibrada e saudável;
- Exercícios
de estimulação cognitiva;
- Sono
de boa qualidade;
- Práticas
que reduzam o estresse;
- Atividades
sociais e de lazer.
“Adotar esses hábitos no dia a dia
potencializa um cérebro saudável e também contribui para uma vida mais equilibrada
e plena, com benefícios que se estendem para diversas áreas da saúde e do
bem-estar. Promovendo a longevidade, com boa qualidade de vida, autonomia e
independência no decorrer dos anos adquiridos”, conclui.
Dra. Thais Bento - gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), parceira científica do Método SUPERA – Ginástica para o Cérebro, deixa algumas dicas para manter o cérebro ativo e saudável.
SUPERA
www.metodosupera.com.br
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