A CDO da Talento Sênior aponta as principais atitudes etaristas em análises sobre o tema e a relação com o comportamento das empresas sobre o trabalho das pessoas maduras
A
desistência de Joe Biden (81 anos) à candidatura para reeleição presidencial
nos EUA tem exposto um debate mundial sobre a capacidade de governar do
ex-candidato versus a sua idade cronológica. O desempenho de Biden em debates e
eventos públicos trouxe luz a temas que têm relação direta com o mercado de
trabalho. Diante disso, Cris Sabbag, CDO da Talento Sênior
- empresa de Talent as a Service focada em profissionais com mais de 45 anos - aponta as principais atitudes etaristas sobre o tema e a
relação com o comportamento das empresas sobre o trabalho das pessoas maduras:
- Saúde para o trabalho: ênfase em problemas de saúde e declínio cognitivo é um
estereótipo que não se aplica a todos os profissionais maduros e ignora a
variabilidade individual;
- Menosprezo pela adaptabilidade: subestimar a capacidade dos profissionais mais velhos de se
adaptarem às novas tecnologias e métodos de trabalho é rotular sem
fundamento, desprezando conhecimentos e as capacidades por conta apenas da
idade;
- Impacto estereotipados: a perpetuação de estereótipos etaristas pode desincentivar a
contratação de profissionais sêniores, prejudicando tanto os indivíduos
quanto as empresas;
- “Lentidão mental” X “eficiência
cognitiva”: o declínio cognitivo não é uma
regra universal para todos os indivíduos seniores. Estudos comprovam que profissionais maduros podem
compensar uma possível lentidão mental com eficiência cognitiva, pois
tomam decisões mais rápidas e precisas com base na experiência e no
conhecimento acumulado. Além disso, em muitos contextos de trabalho, a
qualidade e a precisão das decisões são mais importantes do que a rapidez.
- Lideranças maduras: a idade não é um impeditivo para o desempenho cognitivo
efetivo. Há inúmeros exemplos de líderes e profissionais em idade avançada
que continuam a contribuir significativamente para suas áreas. Também há
exemplos de startups bem-sucedidas fundadas por indivíduos com mais de 50
anos no Vale do Silício, que mostram que a experiência acumulada, a
sabedoria e as redes de contato bem estabelecidas podem ser fatores
decisivos para o sucesso nos negócios.
- Impactos da pressão emocional: pode afetar qualquer indivíduo, independentemente da idade.
Estudos indicam que os mais velhos tendem a desenvolver melhores
mecanismos de regulação emocional, maior resiliência e uma preferência por
experiências positivas. Portanto, a idade cronológica por si só não é um
determinante absoluto da vulnerabilidade emocional.
- Ações etaristas no trabalho: empresas devem experimentar abordagens baseadas em
desempenho e capacidade individual, em vez de fazer suposições
generalizadas com base na idade. Adaptar salários com base na idade é uma
forma de discriminação etária que sugere que profissionais maduros são
menos capazes ou menos produtivos. Redução da carga de trabalho com base
na idade também é uma atitude etarista, pois indica que esses
profissionais não são capazes de manter o nível de produtividade.
- Incentivar o antietarismo: promover uma visão mais equilibrada, para entender os
profissionais sêniores como indivíduos completos, com capacidades e
desejos iguais aos de qualquer outra faixa etária. Para isso, é preciso
oferecer as mesmas oportunidades de desenvolvimento de carreira,
independentemente da idade.
“O
fenômeno do envelhecimento populacional é uma realidade mundial, assim como a
diminuição na taxa de natalidade, que ao longo do tempo produzirá cada vez
menos jovens profissionais no mercado de trabalho. É essencial perceber os
profissionais sêniores como indivíduos estratégicos para garantir um mercado de
trabalho mais criativo, inovador e, principalmente, mais respeitoso para todos,
independentemente da idade”, destaca Cris Sabbag.
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