Rastreamento é feito
pelo Teste do Pezinho
22 a 29 de abril é a
Semana Mundial de Imunodeficiências Primárias
“Quando uma pessoa
nasce basicamente sem nenhuma resposta do sistema imunológico adaptativa dos
linfócitos e não é realizado o diagnóstico ou tratamento, esta doença leva ao
óbito antes dos 2 anos de vida. Felizmente existe o tratamento com transplante
de medula óssea: quando mais precocemente for realizado, melhores as chances de
cura”, explica Dr. José Roberto Pegler, alergista e imunologista
pela USP. Ele se refere à imunodeficiência combinada
grave - SCID (sigla em inglês de Severe Combined
Immunodeficiency), principal doença dentre os erros inatos da imunidade e que é
considerada uma emergência imunológica.
Os erros
inatos de imunidade (EII) – antes chamado de imunodeficiências
primárias - são distúrbios que causam danos no desenvolvimento ou na
função do sistema imunológico. Em decorrência disso, o paciente pode ter diferentes
tipos de infecções comuns de forma recorrente: sinusites, otites, pneumonia ou
até outras infecções graves causadas por microorganismos que geralmente não
acometem pessoas saudáveis. Além disso, há maior risco de doenças autoimunes,
inflamatórias e até câncer.
O teste do
pezinho, que deve ser feito entre o 3º e 5º dia de vida do bebê ajuda de forma
considerável no diagnóstico de doenças do grupo dos EII. Um deles é o TREC, que
serve para diagnosticar a imunodeficiência combinada grave. Já o teste KREC
serve para rastrear agamaglobulinemia e, de acordo com o alergista e
imunologista, vem sendo usado com maior frequência atualmente tanto na rede suplementar
(convênios e clínica particular) como no SUS.
“Alguns pacientes
já foram diagnosticados com essa doença gravíssima que é a imunodeficiência
combinada grave e foram encaminhados precocemente para transplante de medula
óssea, mostrando o enorme benefício desse programa de triagem. Vale dizer
também que os testes genéticos estão nos ajudando muito no rastreamento das
formas precisas dos EII”, pontua o alergista que também faz parte da equipe da Clínica Croce, centro de
vacinação e infusão de imunobiológicos com especialistas das áreas de Alergia,
Imunologia, Reumatologia e Endocrinologia.
Segundo ele, o
número de erros inatos da imunidade conhecidos vem crescendo muito nos últimos
anos. A cada dois anos a União Internacional de Sociedades Imunológicas (IUIS) publica
a sua classificação contando quantas doenças existem no grupo dos EII. Em 2022,
foi publicada a última atualização com 485 causas conhecidas de erros inatos a
imunidade.
A imunoglobulina humana é um produto
escasso produzido a partir do plasma de doações de sangue e é essencial
no tratamento de muitos pacientes com erros inatos da imunidade.
“Atualmente, no Brasil, contamos somente com produtos por importações,
portanto, dependemos de outros países. Porém associações médicas e grupos de
pacientes com imunodeficiência estão fazendo enormes esforços para que haja uma
produção nacional de imunoglobulina humana”, finaliza Dr. José Roberto.
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