O câncer de
pâncreas é responsável por 1% dos casos e 5% das mortes por câncer no Brasil. É
o sétimo tipo de câncer mais letal no mundo, com 466 mil mortes anuais. Com
diagnóstico precoce, as chances de sucesso no tratamento superam os 40%magicmine_depositphotos
Isso acontece porque a maioria dos pacientes tem
acesso ao tratamento nos estágios mais avançados. No início, o câncer no
pâncreas apresenta sintomas pouco distinguíveis. Comparativamente, a taxa de
sobrevida após cinco anos do diagnóstico é inferior a 5% nos casos de doença
avançada (metástase). Com diagnóstico precoce, de acordo com o levantamento
SEER, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, a taxa de sobrevida
em cinco anos salta para 43,9%.
Assim, a Sociedade Brasileira de Cirurgia
Oncológica (SBCO) reforça e estimula as estratégias para aprimorar o
diagnóstico precoce. Para evitar que as pessoas cheguem aos serviços de saúde
apenas nos estágios avançados da doença, a investigação estratégica é
essencial: “Infelizmente, o câncer de pâncreas é difícil de diagnosticar
precocemente porque os sintomas iniciais podem ser inespecíficos, como dor
abdominal, perda de peso e fadiga”, explica o cirurgião oncológico Heber
Salvador de Castro Ribeiro, presidente da SBCO.
Em relação ao tratamento, é necessário fazer uma
análise criteriosa sobre o estágio da doença, da localização do tumor, da saúde
geral do paciente e de outros fatores biológicos. “A cirurgia é o tratamento
mais comum. A remoção do tumor pode afetar uma parte do pâncreas, o duodeno, a
vesícula biliar e parte do estômago e, quanto mais inicial for a descoberta,
mais a cirurgia oncológica segura é efetiva”, explica Héber Salvador. Além
disso, outros tratamentos não-cirúrgicos, indicados caso a caso, também
contribuem para aumentar a sobrevida dos pacientes, como a quimioterapia,
radioterapia e imunoterapia.
Os principais sinais que podem
alertar para o câncer de pâncreas são:
- Fraqueza;
- perda
de peso;
- falta
de apetite;
- dor
abdominal;
- urina
escura;
- olhos
e pele de cor amarela;
- náuseas
e dores nas costas.
Os principais fatores de risco para câncer de
pâncreas são histórico familiar, idade avançada, tabagismo e obesidade. Se uma
pessoa apresentar um ou mais desses fatores de risco e apresentar sintomas
vagos e inespecíficos, é importante que ela consulte um médico para avaliação.
Além disso, os médicos podem solicitar exames de
triagem para detectar o câncer de pâncreas em pessoas que apresentam alto
risco, como aquelas com histórico familiar de câncer de pâncreas ou síndrome de
pancreatite hereditária. Outras avaliações que podem ser incluídas são exames
de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, ou testes
de sangue para marcadores tumorais, incluindo biópsia líquida. Embora a relação
com o diabetes não esteja completamente esclarecida, há um ponto a se prestar a
atenção: pacientes que iniciam quadro de diabetes súbito em idades mais
avançadas ou que tem seu quadro de diabetes descompensado sem outra causa
aparente devem realizar exames para descartar a presença da neoplasia.
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