A temática de inclusão e diversidade nas organizações em geral tornou-se necessária e uma grande pauta de discussão. Nunca se falou tanto sobre a prática. Mas abordar o assunto é, inicialmente, garantir a compreensão das diferenças e a busca pela equidade e justiça social.
Diante deste cenário, é importante analisar de que
forma as pessoas percebem as práticas de diversidade nas organizações em que
trabalham. Como gestor de uma Organização Social de Saúde (OSS), que investe em
ações de prevenção e promoção à saúde, ao abordar uma temática tão relevante
como esta, reafirmo nosso compromisso de que a saúde constitui um direito
social básico para as condições de cidadania da população brasileira e que,
para que ela aconteça, é primordial pensar em um modelo baseado em um
ecossistema que contemple a inclusão e a diversidade.
Acredito que o assunto ainda é bastante recente nas
organizações de saúde. Quando abordado, é implementado com um foco pontual,
distante do método necessário, e quase sempre voltado, quase que
exclusivamente, às minorias, o que, por si só, surge como uma grande barreira
ao desenvolvimento da saúde, tanto dos pacientes como dos colaboradores, que
priorize a sua integralidade.
Tenho procurado, insistentemente, integrar as redes ou sistemas de atenção à
saúde (RAS) no cuidado prestado à pessoa com deficiência, à mulher e à
população negra e LGBTQIAPN+. Atualmente, o CEJAM, por meio de seu ecossistema
de saúde, tem um trabalho bastante qualificado de atenção à saúde a estes
usuários, desde a casa das pessoas até o hospital.
Com isso, espera-se maior qualificação das práticas assistenciais dos serviços
da RAS, além de maior envolvimento dos profissionais na pauta de inclusão e
diversidade.
Importante ressaltar que, quando falamos em diversidade, não estamos falando
apenas de gênero e sexualidade, mas de território, raça/cor e condições
sociais, que também afetam a chegada das pessoas aos serviços de saúde. O que
se espera, de fato, é a redução da vulnerabilidade e o fortalecimento das
práticas de promoção e prevenção, sem distinção de singularidades e
especificidades.
O cuidado humanizado multidisciplinar é a principal demanda da população de uma
forma geral. Tratando-se de CEJAM, os serviços oferecidos têm a premissa de mudar
a vida das pessoas com um atendimento integral, ou seja, contemplando tanto as
esferas biomédicas, clínicas e farmacológicas quanto as sociais, subjetivas e
culturais.
Precisamos nos provocar a entender a nossa
responsabilidade, que vai além da oferta do cuidado à saúde. É provocar o
sistema de saúde e criar condições para termos uma sociedade com mais equidade,
que passa obrigatoriamente pela inclusão e diversidade. E a educação é ponto
central nesta discussão, tendo a saúde como importante aliada.
Finalizo deixando aqui a reflexão de que preservar
os direitos humanos é essencial para garantirmos que sejam cumpridos todos os
princípios do SUS (Sistema Único de Saúde). Promover estratégias que garantam
acessibilidade, equidade e integralidade é crucial à saúde e vida das pessoas e
ao fortalecimento de ações de diversidade e inclusão.
Ademir Medina - CEO do CEJAM (Centro de
Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”)
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