Além disso, entre
as pessoas entrevistadas, 76% nunca fizeram um exame para saber se têm a doença
Todos os anos, cerca de 131 milhões de pessoas são contaminadas pela Clamídia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os números preocupam especialmente porque é uma doença silenciosa que, se não tratada de maneira adequada, pode trazer diversas consequências — incluindo a infertilidade feminina e masculina.
A maior parte das infecções por Clamídia ocorre sem
causar nenhum sintoma. Foi devido a essa característica predominantemente
assintomática, que a doença se disseminou pelo mundo. Por isso, também,
conforme apontam especialistas, acontece com frequência da doença ser
descoberta somente quando o casal vai tentar a gravidez e não consegue. E,
pertinente ao assunto, o último estudo feito pela Famivita constatou que 49% dos
brasileiros e brasileiras nunca ouviram falar sobre a Clamídia. Outro dado
capturado pela pesquisa foi que 78% das mulheres que estão tentando engravidar,
mencionaram desconhecer a doença.
Causada pela bactéria Chlamydia Trachomatis, a
enfermidade é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas (vaginal,
anal e oral) ou de mãe para filho, no momento do parto. Considerada uma
Infecção Sexualmente Transmissível (IST), ela atinge os órgãos genitais de
homens e mulheres e pode também afetar os olhos e a garganta.
O prejuízo à capacidade reprodutiva é uma
consequência comum da Clamídia. Isso porque quando ela se desenvolve e vai se
tornando um problema mais grave, pode atingir órgãos responsáveis por isso. Nas
mulheres, por exemplo, a Clamídia pode significar infertilidade, à medida que
provoca a inflamação do útero e das tubas uterinas, causando a Doença
Inflamatória Pélvica (DIP). Isso pode fazer com que as tubas fiquem obstruídas,
impedindo a passagem dos espermatozoides ou do embrião. Favorece, ainda, a
gestação ectópica, ou seja, fora do útero, considerada de risco para a mulher.
Os homens também podem se tornar inférteis como
consequência da Clamídia. As duas principais doenças relacionadas são a
prostatite e a epididimite, inflamação na próstata e no epidídimo,
respectivamente. Estas enfermidades podem prejudicar ou impedir o transporte
dos espermatozoides, causar alterações seminais e distúrbios hormonais,
incluindo diminuição do número total de espermatozoides.
Quem vê cara, não vê infecção
As IST's são causadas por vírus, bactérias e outros
agentes e disseminadas principalmente pelo contato sexual sem proteção.
Anteriormente elas eram chamadas de DST's (doenças sexualmente transmissíveis).
A nomenclatura foi alterada porque, segundo a OMS, o termo “doença” se refere a
um problema de saúde que resulta em sinais visíveis no organismo, e muitas
pessoas contraem as IST's e não apresentam nenhum sintoma, como no caso da
Clamídia.
Porém, apesar de ser assintomática em cerca de 70%
dos casos, a Clamídia pode se revelar em alguns sinais, como vontade frequente
de urinar e ardência durante o ato, corrimento vaginal ou uretral, inchaço na
vagina, nos testículos e no ânus, entre outros. E o estudo feito pela Famivita
também explicitou que entre as pessoas entrevistadas, 76% nunca fizeram um
exame para saber se têm Clamídia, sendo que 22% responderam que sim, realizaram
a análise e deu negativo, e 2% disseram que tiveram um resultado
positivo.
Importante ressaltar que o índice de pessoas que já
receberam um exame positivo para Clamídia convergiu para a faixa etária dos 45
aos 49 anos, com 30%. Além disso, as análises que retornaram positivamente,
relativas às pessoas entrevistadas, em geral, foi de 12%, sendo que 18%
concentraram-se nos exames dos homens.
As informações por Estado, deram conta que o
Espírito Santo é a localidade em que mais pessoas têm ciência acerca da
Clamídia, com 63%, seguida pelo Amapá, com 62%. Rio de Janeiro, São Paulo e
Distrito Federal aparecem nesse ranking com 58%, 56% e 55%, respectivamente. Já
Maranhão e Rondônia empataram, com 41% respondendo saberem a respeito dos
perigos da Clamídia.
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