Recentemente, o Spotify anunciou a implementação de Inteligência Artificial (IA), o que representa uma grande virada de chave para o aplicativo. Antes de mais nada, precisamos entender que Inteligência Artificial é o termo geral para definir a capacidade das máquinas de "aprenderem", tomarem decisões e reconhecerem falas e imagens como seres humanos. Embora a palavra 'inteligência' seja muito mais abrangente e profunda no contexto humano, ela consegue aproximar um pouco de como funciona uma IA. Existe uma série de técnicas de inteligências artificiais com diferentes finalidades e propósitos: temos IAs treinadas para 'conduzir' carros; IAs treinadas para enganar outras IAs, como as Deep Fakes; e agora as IAs generativas como o Midjourney (que gera imagens) e o ChatGPT (que gera textos).
A Web3 é o futuro da internet e pode ser
considerada também dentro da ideia de uma web semântica. Ou seja, esta
internet será capaz de processar e compreender aquilo que o usuário quer,
aumentando a cooperação entre humanos e máquinas. E quem melhor que a inteligência
artificial para conseguir processar, identificar, aprender e compreender mais
sobre o que querem os usuários? É esse o princípio que está por trás da adoção
de IA por parte do Spotify para a hiperpersonalização da experiência: a partir
dos comentários sobre as faixas e os artistas, o Spotify consegue fazer as
melhores recomendações para os usuários. O conceito é tão simples quanto a
própria empresa de streaming musical tem divulgado: é como ter um DJ no bolso
que toca exatamente aquilo que o usuário quer.
Com essa iniciativa, o Spotify se junta a um grande
número de empresas que cada vez mais têm adotado a tecnologia de IA nos seus
negócios. Alguns dos vários motivos que levam as organizações a tomarem essa
atitude estão relacionados aos benefícios proporcionados, como automação,
produtividade e otimização. Afinal, as pessoas já conseguem automatizar ações
simples e básicas do cotidiano como responder e-mails, criar conteúdo e gerar
insights mais específicos para algum tema que estejam estudando. Então por que
com os negócios seria diferente?
Empresas dos mais variados segmentos podem adotar
IA para funções como controle de estoque, comunicação entre sistemas, prevenção
a fraudes, estratégias de marketing mais assertivas para um determinado
público, entre tantas outras atividades. É difícil pensar em algum campo que as
inteligências artificiais não tenham aplicações práticas. Ou seja, significa
que o uso de IAs também é um grande componente competitivo para as companhias.
Isso fica claro quando percebemos que o uso de IA
já está consolidado em algumas grandes empresas, pois a técnica de inteligência
artificial vinha sendo utilizada, em maior ou menor escala. Faz tempo que
várias IAs têm feito parte das nossas vidas. Os algoritmos de recomendação do
Spotify e da Netflix, as assistentes de voz como a Siri (Apple) e a Alexa
(Amazon), dos corretores automáticos de texto nos telefones, e o Face ID nos
iPhones são alguns dos exemplos que já nos cercam.
No entanto, é claro que, no mundo da tecnologia,
nem tudo é só aplicar e colher os benefícios. Os maiores desafios para a
implementação de IAs nas empresas, no geral, possuem relação com o próprio
conhecimento desta tecnologia por parte dos colaboradores, assim como a
contratação de profissionais especializados que consigam entender e trabalhar
da melhor forma com seus recursos e ferramentas. Haverá um descompasso, por um
longo período, entre o avanço tecnológico que vivenciamos e a formação de
profissionais nas áreas de tecnologia.
Por outro lado, é fato também que alguns segmentos
de negócios serão mais beneficiados que outros nessa primeira grande onda de
adoção de inteligência artificial, apesar de acreditar que não há setor
econômico que não possa ser impactado pelo uso da IA. Porém, ainda é preciso um
certo distanciamento histórico deste momento para apreciarmos quem vai avançar
mais rápido. De maneira que nem todos os experimentos e estudos sobre
inteligência artificial estão no mainstream, muita coisa avança nos
bastidores dos usos.
Um exemplo desta situação é o setor da saúde,
que avança cada vez mais com healthtechs e medtechs. Por ser uma área
mais delicada e que necessita exatidão em seus procedimentos, testes e
aplicações em pacientes podem demorar muitos anos, mas já vemos propostas
interessantes sobre tratamentos e diagnósticos precoces que podem melhorar a
nossa qualidade de vida. É importante ressaltar que a IA pode ser incorporada a
várias outras tecnologias, o que permite amplificar suas capacidades.
Por essa razão, a IA pode impactar de forma
significativa a operação das empresas, inclusive a mão de obra humana, que vem
sendo substituída desde a Primeira Revolução Industrial, em 1760. Com as IAs
ocupando novos espaços econômicos não será diferente. No entanto, novas
competências deverão surgir, assim como novos campos de conhecimento. No que
diz respeito às IAs generativas, a capacidade humana será extremamente
necessária para colocar os prompts (comandos) adequados para gerar o resultado
esperado.
Visto isso, a questão já não é quando ou onde as
IAs nos substituíram mais rapidamente, mas sim como. De maneira que, se o mundo
está se indagando sobre o que acontecerá com os postos de trabalho e profissões
a partir do uso das IAs, será necessário um esforço maior dos Estados e das
empresas para formar pessoas com novas soft e hard skills. Isso significa que
precisamos formar pessoas que consigam efetivamente lidar com a ascensão desta
e de outras tantas tecnologias emergentes. Afinal, a inteligência artificial é
o novo normal!
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