BibliON listou 6
obras para leitura gratuita que nos permite conhecer um pouco mais sobre a
história
Dia 27 de janeiro é reservado, todos os anos, em uma homenagem que acaba se tornando um momento de reflexão. O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto marca a liberação do maior campo de concentração nazista, Auschwitz, há 78 anos. A data foi designada pela resolução 60/7 da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1° de novembro de 2005.
E o testemunho dos que enfrentaram a provação e as crueldades da ocasião é o mais poderoso antídoto contra qualquer tentativa de normalizar, relativizar ou até mesmo negar os acontecimentos deste momento tão obscuro da história mundial.
Um dos caminhos para que episódios tristes como
este não se repitam é o conhecimento e a consciência sobre o fato. Diante
disso, a BibliON - biblioteca digital
gratuita de São Paulo, selecionou seis livros para que você possa conhecer e se
aprofundar no assunto por meio de relatos de pessoas que, durante a
Segunda Guerra Mundial, fizeram parte deste triste passado. Confira:
Uma vez -
Morris Gleitzman
Um livro para os leitores de Anne Frank. Felix
Salinger, um menino judeu que mora na Polônia, adora ler e é ótimo em escrever
e contar histórias. E é isso o que ele mais faz enquanto espera, em um orfanato
católico, o pai e a mãe, que foram cuidar da livraria da família. Mas, quando
os livros judeus da biblioteca do orfanato são transformados em uma imensa
fogueira, ele entende que seus pais estavam em perigo. Assim começa a jornada
de Félix por um país tomado por soldados nazistas, vizinhos delatores, mas
também por pessoas dispostas a ajudar. A incrível imaginação do garoto é sua
melhor companhia para compreender a terrível realidade que o cerca. Este é um
livro especial, que nos faz testemunhas do horror do Holocausto pelo doce e
inocente olhar de uma criança. É uma história delicada, que fala sobre
intolerância, racismo, abuso de poder, perda e luto, mas que também afirma o
poder da amizade, da perseverança e da literatura para construir um mundo
melhor.
O
tatuador de Auschwitz-Heather Morris
Nesse romance histórico, um testemunho da coragem
daqueles que ousaram enfrentar o sistema da Alemanha nazista, o leitor será
conduzido pelos horrores vividos dentro dos campos de concentração da Alemanha
nazista e verá que o amor não pode ser limitado por muros e cercas. Lale
Sokolov e Gita Fuhrmannova, dois judeus eslovacos, se conheceram em um dos mais
terríveis lugares que a humanidade já viu: o campo de concentração e extermínio
de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial. No campo, Lale foi incumbido de
tatuar os números de série dos prisioneiros que chegavam, trazidos pelos
nazistas – literalmente marcando na pele das vítimas o que se tornaria um grande
símbolo do Holocausto. Ainda que fosse acusado de compactuar com os
carcereiros, Lale, no entanto, aproveitava sua posição privilegiada para ajudar
outros prisioneiros, trocando joias e dinheiro por comida para mantê-los vivos
e designando funções administrativas para poupar seus companheiros do trabalho
braçal do campo. Nesse ambiente, feito para destruir tudo o que nele tocasse,
Lale e Gita viveram um amor proibido, permitindo-lhes viver mesmo sabendo que a
morte era iminente.
A
história de Eva Como a meia-irmã de Anne Frank sobreviveu ao Holocausto-
Eva Schloss
Em março de 1938, os alemães invadiram a Áustria e
a jovem Eva Geiringer e sua família tornaram-se refugiadas. Como muitos judeus,
eles fugiram para Amsterdã, onde se esconderam dos nazistas até serem traídos e
presos em maio de 1944. Lá, antes de mergulhar na clandestinidade, Eva conheceu
Anne Frank, de quem se tornou amiga, e suas famílias, vizinhas de rua, também
mantinham uma boa relação. No dia de seu aniversário de 15 anos — a mesma idade
de Anne —, Eva foi capturada com os pais e o irmão e eles foram enviados para
Auschwitz-Birkenau — alguns meses antes de os Frank serem descobertos.
Auschwitz e
depois- Charlotte Delbo
Em um dos testemunhos mais impressionantes do
Holocausto já publicados, Delbo mostra os horrores nazistas sob a ótica de uma
mulher comunista. Em sua primeira edição no Brasil, a obra de Charlotte Delbo
(1913-1985) se distingue de outros relatos célebres sobre os campos de
concentração por ao menos dois motivos: ter sido escrito por uma mulher e a
razão pela qual a autora foi presa – ela era militante comunista e membro da
Resistência durante a ocupação da França pela Alemanha nazista. É uma leitura
desafiadora, que quase recusa o status de documento histórico ao adotar uma
narrativa do presente, entremeada de versos e vinhetas. O volume reúne três
livros que compõem uma unidade perfeita: Nenhum de nós voltará, Um conhecimento
inútil e Medida dos nossos dias. O primeiro relata a passagem por Auschwitz. O
segundo une Auschwitz e o campo de Ravensbrück e o terceiro narra o que
aconteceu, 25 anos depois, a onze mulheres (e um homem) que ela conheceu no
cativeiro. Delbo foi presa em março de 1942, aos 29 anos, com uma centena de
membros da Resistência francesa, entre eles seu marido, Georges Dudach. Até a
morte, ela viveu, como a maioria de suas companheiras, a impossibilidade de
sair dos lugares onde esteve detida.
É isto um homem?-
Primo Levi
Primo Levi traz um relato autêntico da experiência
em campos de concentração; este livro é o depoimento pessoal de uma situação
impessoal. Deportado em 1944 para Auschwitz, Levi sobreviveu. Dos 650 judeus deportados
com ele, no entanto, sobraram apenas três. O dia a dia de trabalhos pesados,
humilhações e assassinatos encarregou-se de desumanizar e reduzir a algo
inqualificável o que era antes um homem digno de tal nome. É isto um homem? Não
é, no entanto, apenas mais um livro sobre os horrores da Segunda Guerra.
Tampouco uma obra encharcada em ódio, incapaz de fazer vingar qualquer
racionalidade. Nela Primo Levi faz a apologia de uma das teorias que lhe eram
mais caras. A de que "a ação humana só pode ser julgada individualmente,
caso a caso". Perdidos naquela babel, os judeus encontravam como algozes
homens igualmente indistinguíveis. Tão inacessíveis que se tornaram inadiáveis.
Dotado de uma lucidez impressionante, Primo Levi compõe com elegância e disciplina
um dos marcos da literatura de seu tempo.
O
Holocausto Uma nova história- Laurence Rees
Laurence Rees passou 25 anos entrevistando os
sobreviventes do Holocausto e os responsáveis pelo Terceiro Reich e seus
horrores. Nesta história arrebatadora, ele combina esses testemunhos com as
pesquisas acadêmicas mais recentes para investigar o que tornou possível o
maior crime da história. Rees argumenta que, apesar de o ódio aos judeus estar
no epicentro do pensamento nazista, não podemos entender o Holocausto por
completo sem considerar seus planos de matarem também milhões de não judeus.
Ele também revela que não houve um roteiro específico para o Holocausto. Em vez
disso, os acontecimentos foram se agravando um após o outro, até culminar no
horror completo. Apesar de Hitler ser o principal responsável pelo que
aconteceu, a culpa é coletiva, Rees nos lembra, e os efeitos permanecem. O
Holocausto: Uma nova história é um relato acessível, mas rigoroso desse crime
extremo. Com uma narrativa cronológica e intensa, esta é uma exposição
categórica do momento mais sombrio da humanidade.
Para utilizar o serviço gratuito, basta que os
interessados acessem www.biblion.org.br
ou baixem o aplicativo BibliON, disponível no Google Play e na Apple Store
e realizem um breve cadastro. O usuário pode fazer empréstimos de até duas
obras simultâneas, por 15 dias. A BibliON permite, ainda, ações como organizar
listas, adicionar favoritos, compartilhar um livro como dica de leitura nas
redes sociais, fazer reservas, ver histórico e sugerir novas aquisições. Por
meio de princípios de gamificação, os associados conseguem acompanhar as
estatísticas do tempo dedicado à leitura e participar de desafios.
O sistema de busca permite a utilização de
diversos filtros, como tema, autor, categoria ou título. É possível ler em
dispositivos móveis, sem a necessidade de usar dados do celular, por meio do
download prévio do título ou, ainda, ajustar o tamanho da letra e o contraste
da tela; escolher diferentes modos de leitura para dia ou para noite e acionar
a leitura em voz sintetizada, para saída em áudio do texto.
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