Iniciar o tratamento na fase
inicial do câncer de mama faz com que a chance de cura seja maior que 90%,
aponta mastologista do Seconci-SP
“O câncer de mama é uma doença
multifatorial. Não existe uma única causa, assim como não existe para a maioria
dos outros cânceres”, aponta a dra. Geisiela Campanerutti, mastologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção). Em meio à campanha do Outubro
Rosa, mês de prevenção do câncer de mama, mulheres — e homens — devem se atentar aos sintomas
e fatores de risco.
A especialista salienta dois tipos de fatores de risco para o
câncer de mama. O primeiro é o risco modificável que está atrelado a
sedentarismo, tabagismo, obesidade, uso de anticoncepcionais e reposições
hormonais. “Fatores sobre os quais nós conseguimos atuar e fazer a prevenção.
Prevenimos isso com exercícios físicos, no mínimo 150 minutos durante a semana,
uma alimentação saudável, cessar o tabagismo e reduzir o consumo de álcool”,
complementa.
O segundo fator de risco é o não modificável, que condiz com casos
de câncer de mama na família, por exemplo. Para esses casos, é necessário que a
pessoa mantenha exames de rotina e acompanhamentos médicos para um melhor
rastreio da doença.
“Outro fato é a pessoa ter nascido mulher. A incidência do câncer
de mama na população de risco habitual, ou seja, a pessoa que não possui
histórico de câncer de mama ou ovário na família, é de 12,5%. Isso significa
que uma a cada oito mulheres vai ter câncer de mama. É um número bastante
expressivo”, alerta a mastologista.
Dados esses números, é necessário que os exames sejam rotineiros.
Não são procedimentos de prevenção, mas de rastreio, para pacientes que não
apresentam sintomas. Os exames anuais servem para identificar lesões suspeitas
em suas fases iniciais. A mastologista ressalta que, quanto mais cedo se
iniciar o tratamento, maior é a chance de cura.
“Quando descobrimos um câncer de mama no início, quando ele ainda
não é palpável, por exemplo, a chance de cura dessa paciente é maior que 90%. A
paciente vai ser submetida a cirurgias menores, às vezes não vai nem precisar
do tratamento sistêmico, como por exemplo a quimioterapia. É um tratamento
muito menos agressivo”.
Prevenção e tratamento
A Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Americano de Radiologia
recomendam que mulheres com mais de 40 anos façam a mamografia anualmente. Dra.
Geisiela informa sobre a importância do procedimento: “A mamografia é o único
exame até hoje, cujos estudos mostraram que diminui em quase 30% o risco de
morte”. Em casos de alteração nos resultados do exame, a paciente pode ser
orientada a fazer um ultrassom ou uma ressonância magnética para complementar a
investigação.
Os sintomas apresentados podem variar entre nódulos palpáveis,
retração, tamanhos diferentes entre as mamas, alteração na coloração,
descamações, coceiras ou saída de líquido da mama, principalmente sangue. “Tudo
isso deve ser investigado. Em todos esses casos deve ser procurado um
especialista, seja ele ginecologista ou mastologista”.
A especialista destaca que, mesmo com uma incidência
consideravelmente menor que a de mulheres, homens também podem ter câncer de
mama. “O homem também tem mama, ele tem uma mama primitiva não desenvolvida e é
muito comum que eles não façam exames, porque não existem orientações de rastreio
para eles. Mas o homem notando qualquer sintoma, deve procurar um especialista
para solicitar a mamografia e o ultrassom”.
“O que fazer ao descobrir um câncer de mama? A primeira coisa é
procurar uma rede de apoio familiar. É preciso apoiar essa paciente durante
todo o tratamento. Ela também precisa se identificar com o médico que a irá
acolher e tirar todas as suas dúvidas”. Dra. Geisiela explica que o tratamento
é individualizado e personalizado para cada paciente, podendo ser alterado conforme
a sua idade, estágio do tumor e condição de saúde. Os procedimentos envolvidos
no tratamento, de maneira geral, podem incluir cirurgia, tratamento sistêmico
através da quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia, radioterapia e a
hormonioterapia, que podem variar entre cada paciente.
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