A conservação ambiental defende o desenvolvimento sustentável da
humanidade e busca garantir a qualidade de vida para as gerações futuras. No
último dia 04 de outubro, foi comemorado o Dia da Natureza, data criada com o
intuito de conscientizar a população a respeito da importância da preservação
ambiental. Mas, será que temos o que comemorar?
A natureza é e sempre será a maior fornecedora dos elementos
básicos para a sobrevivência de qualquer ser vivo. Ela fornece o ar que
respiramos através da mágica da fotossíntese, a água que bebemos até a energia
que consumimos. Somente em 2022, a floresta Amazônica - maior bioma do mundo -
teve 7.943 quilômetros de florestas derrubadas de janeiro a agosto, a terceira
pior devastação para o período nos últimos 15 anos.
Em São Paulo, o maior rio paulista, Tietê, com cerca de 1.1 mil
quilômetros de extensão, sofre com a poluição - monitorada desde dos anos 90.
De acordo com o estudo Observando o Tietê 2022, a mancha de poluição cresceu e
agora se estende por 122 quilômetros, um aumento de 40% em relação a 2021,
quando atingiu 85 quilômetros. Cerca de 50% da população mundial consome água
poluída e, como consequência, a proliferação de doenças por meio dos
microrganismos nocivos aumenta principalmente para aqueles que convivem diariamente
com a falta de saneamento básico
Em 2019, a escassez do serviço, levou a sobrecarga do sistema de
saúde, com 273.403 internações por doenças de veiculação hídrica, um aumento de
30 mil hospitalizações comparado com o mesmo período do ano anterior. A
Constituição garante a saúde e o bem-estar de todos, mas a ineficiência das
políticas públicas, em conjunto com a sobrecarga do sistema de saúde público,
torna a condição de vida precária.
O Brasil é um dos principais centros de inovação e tecnologia do
mundo, mas não basta somente o desenvolvimento de soluções ambientais, como
purificadores capazes de tratar água contaminada e a canalização de esgotos, se
o principal problema é a falta de educação ambiental. A mudança só vai ser
efetiva no momento em que a população descruzar os braços para as atrocidades
cometidas e mudar o seu comportamento em relação ao meio ambiente.
Fernando Silva -
CEO da PWTech, startup voltada para a purificação de água contaminada. Formado
em engenharia química pelo Mackenzie e administração e negócios pela Harvard
Business School, é executivo da área comercial com mais de 15 anos de
experiência em negócios e soluções ambientais sustentáveis.
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