Estudo aponta
existência de um Darkverso, um tipo de Metaverso da Dark Web que permite
atuação dos criminosos digitais
A
Trend Micro,
líder mundial em soluções de cibersegurança, divulgou relatório alertando sobre
o que ela está chamando de Darkverso, uma versão criminosa do
Metaverso, ambiente com potencial para alimentar uma nova indústria de crimes
cibernéticos, com rápida evolução, “O Metaverso é uma visão multibilionária, de
alta tecnologia, que vai definir a próxima era da Internet. Embora a gente
ainda não saiba exatamente como ele vai se desenvolver, precisamos começar a
pensar agora sobre como será explorado pelos agentes de ameaças. Em função dos
altos custos e dos desafios jurídicos, será difícil monitorar o Metaverso nos
primeiros anos. A comunidade de segurança deve intervir agora ou se arriscar
num Velho Oeste selvagem que vai se desenvolver em nossa porta digital”,
observou Bill Malik, vice-presidente de Estratégias de Infraestrutura da Trend
Micro.
O objetivo do estudo da Trend Micro é provocar a discussão sobre o que esperar
dessas ameaças cibernéticas e como mitigá-las. O relatório elenca cinco ameaças
do Metaverso:
– Os NFTs ou tokens não-fungíveis serão atingidos por phishing, pedidos de
resgate, fraudes e outros ataques, e serão cada vez mais visados à medida que se tornarem uma mercadoria importante
de regulação de propriedade nesse novo universo;
– O Darkverso será o local ideal para a realização de
atividades ilegais/criminosas, pela dificuldade de rastreamento e monitoramento
por parte das autoridades policiais.
– A possibilidade de lavagem de dinheiro por meio de imóveis superfaturados do
Metaverso e NFTs será atrativa para os criminosos.
– Engenharia social, propaganda e fake news terão impacto profundo em um mundo
phigital. Narrativas sedutoras serão empregadas pelos criminosos visando grupos
vulneráveis e sensíveis a
determinados assuntos.
–
A privacidade será redefinida, porque no Metaverso as personas terão
visibilidade e projeção sem controle de seus usuários – principalmente ao
perambular pelos mundos digitais.
A polícia terá dificuldade para se infiltrar nos mercados subterrâneos que
operam no Darkverso, principalmente se não tiver os tokens corretos
de autenticação. Como os usuários só podem acessar um mundo no Darkverso
dentro de um local físico designado, as comunidades criminosas fechadas
acabaram ficando protegidas.
Isso pode fornecer um refúgio para o florescimento de várias ameaças, desde
fraudes financeiras e golpes de comércio eletrônico até roubo de NFT,
ransomware e muito mais. A natureza ciberfísica do Metaverso também abrirá
novas portas para os agentes de ameaças.
Os cibercriminosos podem tentar comprometer os “digital twins” (gêmeos
digitais, ou seja, réplicas de lugares físicos) administrados por operadores de
infraestrutura crítica, com o objetivo de sabotagem ou extorsão de sistemas
industriais. Ou podem implementar malware nos avatares dos usuários do
Metaverso, para causar danos físicos. Esse tipo de assalto já foi relatado em
várias ocasiões.
Embora o Metaverso ainda esteja em construção, espaços semelhantes a metaversos
serão comuns muito mais cedo do que imaginamos. O relatório da Trend Micro
busca iniciar um diálogo urgente sobre quais ameaças cibernéticas esperar e
como elas podem ser mitigadas.
As perguntas que precisamos fazer são:
- Como vamos moderar a
atividade do usuário no Metaverso? E quem será o responsável?
- Como as violações de
direitos autorais serão reguladas?
- Como os usuários saberão
se estão interagindo com uma pessoa real ou um bot? Haverá um teste de
Turing para validar a Inteligência Artificial (IA)/humanos?
- Existe uma maneira de
proteger a privacidade impedindo que o Metaverso seja dominado pelas
grandes empresas de tecnologia?
- Como a aplicação da lei pode superar os altos custos de interceptação de crimes do Metaverso em escala e resolver problemas relacionados à jurisdição?
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