No ensino superior, o levantamento do
Espro aponta predileção de 52% dos jovens pelo ensino remoto ou híbrido
O Espro (Ensino Social Profissionalizante) apresenta o resultado da mais recente onda da sua Pesquisa Jovem Covid-19, o maior levantamento do país sobre o impacto da pandemia na vida profissional, acadêmica, pessoal e emocional dos jovens brasileiros entre 15 e 24 anos. Nesta edição, a nona desde o início da série, 51% dos jovens respondentes, que estão no ensino médio, tiveram uma experiência negativa estudando remotamente. No ensino médio técnico houve empate: 42% dos estudantes consideraram a experiência negativa e 42%, positiva. Ao contrário dos que cursam o ensino médio e médio técnico, a experiência em estudar em formato EaD foi positiva para 55% dos jovens que estão no ensino superior.
A Pesquisa Jovem Covid-19 teve início em abril de 2020 e coletou mais de 22 mil respostas na somatória das nove ondas. A edição atual ouviu 1.006 jovens, com idades entre 15 e 24 anos que são ou já foram aprendizes do Espro, nos meses de abril e maio de 2022. O índice de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 3%.
Na 1ª onda, 75% dos adolescentes e jovens tiveram aulas no formato de EAD; na 7ª, período mais letal da pandemia no Brasil, esse número atingiu 85%; e hoje, apenas 23% seguem estudando de casa. Em relação às aulas presenciais, entre a 1ª e 5ª ondas, o patamar foi zero. Na oitava onda, 30% dos adolescentes e jovens haviam retomado as aulas presencialmente e agora, o número dobrou: 60%.
“Com o avanço da vacinação e a retomada
das atividades presenciais, os jovens estão retomando sua caminhada acadêmica e
profissional de forma mais intensa. Na mesma medida, eles estão mantendo os
cuidados de higiene para evitar contágio, como o uso de máscara (84%), uso de
álcool em gel (91%), lavar as mãos com frequência (88%) e manter o
distanciamento social (41%). Isso mostra como os jovens têm consciência de que
a pandemia não acabou e que tais cuidados são importantes para preservar a
saúde deles e de seus familiares”, ressalta Alessandro Saade, superintendente
executivo do Espro.
Home Office e
Desemprego
Se nos estudos a experiência remota foi negativa, para os jovens respondentes da pesquisa, que trabalham em home office, a experiência foi positiva para 78%.
Em relação aos jovens, que tiveram essa experiência, 68% preferem que sua jornada de trabalho seja inteiramente remota (home office) ou híbrida. Contudo, essa realidade está mais distante dos jovens e famílias em situação de baixa renda.
Outro ponto que merece destaque é que,
possivelmente, muitos desses jovens passaram a atuar como arrimo de família
durante a pandemia, tendo sua remuneração como a única ou a principal fonte de
renda.
Segundo a pesquisa, quanto menor a renda familiar do adolescente ou jovem, maior a probabilidade de trabalhar presencialmente durante a pandemia. Quanto maior a renda, maior a porcentagem de adolescentes e jovens que podem trabalhar no formato híbrido.
Para aqueles que possuem renda familiar de 1 a 2 salários mínimos, a chance de rodízio entre trabalho presencial e remoto é de apenas 5%. Enquanto isso, para aqueles que têm renda de 4 ou mais salários mínimos, o trabalho híbrido acontece em 17% dos casos.
O levantamento também mostrou que as famílias em situação de baixa renda foram as que mais sofreram com perda de renda e emprego durante a pandemia. Na faixa de até 1 salário mínimo, 16% dos jovens perderam o emprego e 37% tiveram algum familiar que ficou desempregado. Além disso, 26% admitiram que algum familiar teve queda na renda. Por conta dessa situação, 73% dos jovens com renda de até um salário mínimo afirmaram que algum familiar recorreu a auxílios para completar a renda da família.
No âmbito geral, a perda de emprego
entre os jovens na série histórica foi de 3% na primeira onda para 7% na onda
atual. O maior valor foi 8% na oitava onda (nov/2021). Dentre os familiares, a
porcentagem de quem perdeu o trabalho começou em 10% na primeira onda, atingiu
21% na sétima e oitava ondas e chegou a 22% nesta.
Sentimentos
Apesar do avanço da vacinação entre as crianças e adolescentes, doses de reforço para os mais idosos e queda considerável no número de mortes, a pesquisa mostrou que a maioria dos jovens continuam estressados, cansados e desanimados.
Em abril de 2020, 89% deles estavam mais ansiosos que o normal. Dois anos depois, o resultado subiu 4 pontos percentuais, atingindo 93%.
Sobre o desânimo, a primeira onda
apontou um percentual de 88%, que foi caindo gradativamente até a quinta onda,
atingindo o menor valor da série histórica: 79%. Porém, os valores voltaram a
subir a partir da sexta onda e, na atual, 85% dos adolescentes e jovens estão
mais desanimados que o normal.
Os adolescentes e jovens também estão
mais estressados que o normal. Nas últimas três ondas, os valores bateram os
maiores patamares: 78% na sétima, 79% na oitava e 80% na nona onda.
Metodologia
A Pesquisa Jovem Covid-19 tem como objetivo mapear o comportamento de adolescentes e jovens brasileiros frente à pandemia, transformando-se em uma poderosa ferramenta do Espro no aprimoramento de suas políticas de capacitação e inserção dessa parcela da população no mundo do trabalho.
Para isso, a pesquisa mede, desde o
início da pandemia, os diferentes aspectos da vida dos adolescentes e jovens
brasileiros entre 15 e 24 anos. Entre os temas abordados estão informações e
preocupações com a Covid-19, medidas de proteção utilizadas, bem-estar,
emprego, comportamento familiar e estudos.
Espro - Ensino Social Profissionalizante. Quem busca o primeiro
emprego pode acessar o site
do Espro. As empresas interessadas em contratar
jovens e contribuir com a missão de construir uma sociedade mais inclusiva
encontram mais informações e contatos aqui.
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