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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Obesidade pode desencadear hérnia de disco lombar

Cirurgia endoscópica da coluna reduz riscos para pacientes

        Quantidade de tecido não interfere na cirurgia endoscópica, diferentemente da tradicional

 

O sobrepeso é um dos fatores de risco para o aparecimento de hérnia de disco lombar. “Considerando que o amortecimento do impacto nas vértebras é a principal função do disco intervertebral, é lógico pensar que a sobrecarga nessas articulações pode levar a problemas em seu funcionamento”, explica o Dr. Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva.


O que ocorre nestes casos é que o ânulo fibroso – camada mais grossa e externa do disco intervertebral – sofre abaulamento constante produzido pelo excesso de carga e, como consequência, surgem pequenas fissuras nas fibras do ânulo fibroso, por onde o núcleo pulposo (parte interna do disco) pode sair e causar compressão das estruturas nervosas. 


No entanto, a obesidade não é o único fator associado ao surgimento de hérnia de disco. Sedentarismo, tabagismo e o próprio processo de envelhecimento podem comprometer os discos intervertebrais, além da predisposição genética.


O tratamento inicial para os pacientes obesos, com hérnia de disco, não difere dos demais casos. Normalmente, recomenda-se repouso relativo e uso de medicação sintomática e anti-inflamatória. Em situações em que a doença está em estágio mais avançado, diferentes tipos de fisioterapia podem ser indicados, assim como educação postural e conscientização corporal. Além disso, orientação nutricional e o acompanhamento conjunto do endocrinologista são recomendáveis. “Por causa da dor, os pacientes são estimulados as atingir seus objetivos de emagrecimento e estilo de vida mais saudável”, comenta o Dr. Amato.

  


Casos de cirurgia


As cirurgias de hérnia de disco lombar são indicadas em casos em que a dor não cessa com tratamento clínico ou que há déficit neurológico, tais como, como perda de força, formigamentos, dormências e, também, dor insuportável.


 Intervenções cirúrgicas tradicionais em obesos podem ser muito trabalhosas para o cirurgião e arriscadas para os pacientes, mas a cirurgia endoscópica da coluna traz uma enorme vantagem, pois tecnicamente não há diferença em operar um indivíduo magro e um com obesidade mórbida, precisando-se apenas um endoscópio (instrumento) mais curto ou mais longo. Isso acontece porque a “câmera” pode ser posicionada no ponto de interesse da coluna, independentemente da quantidade de tecido que há ao redor.


O alívio da dor nesses pacientes é essencial para que consigam iniciar o quanto antes, atividades físicas que auxiliem na perda de peso, bem-estar e prevenção de novos problemas da coluna, afirma o Dr. Amato

 

Dr. Marcelo Amato - Graduado pela USP Ribeirão Preto e doutor pela USP São Paulo, o médico neurocirurgião Marcelo Amato é especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio e coluna. Doutor em neurocirurgia pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Especialista em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Neurocirurgião referência do Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP) desde 2010.  Possui publicações nacionais e internacionais sobre endoscopia de coluna, neurocirurgia pediátrica, tumores cerebrais, cavernomas, cistos cerebrais, técnicas minimamente invasivas, entre outros. É diretor do Centro Cirúrgico do Amato – Hospital Dia.


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