Nos últimos meses, muito tem se falado sobre a digitalização experienciada por diferentes setores da sociedade, que tiveram seu ‘boom tecnológico” alavancado pela Covid-19 e pelas novas exigências que a pandemia despertou nos consumidores. Com as restrições sociais impostas pelo vírus e a necessidade de paralisação de inúmeros estabelecimentos, muitas pessoas permaneceram em suas casas e experimentaram cada vez mais alternativas online, seja para a aquisição de produtos ou de serviços. Segundo um levantamento realizado pelo indicador varejista Mastercard SpendingPulse, o e-commerce brasileiro teve um aumento de 75% em 2020 quando comparado ao ano anterior, motivado principalmente pelo início do isolamento social.
Logo, muitos estabelecimentos entenderam a
necessidade de reinvenção em seus processos, adaptando seu atendimento em
diferentes canais. Porém, um dos setores que ainda segue na contramão desse
movimento é o de varejo óptico, que permanece apostando no modelo secular
focado no presencial.
O segmento de varejo óptico, marcado pela venda de
armações e lentes, ainda resiste à digitalização completa. A comercialização de
óculos é fundamentalmente técnica, envolvendo o conhecimento dos consultores a
respeito dos melhores modelos de armações e das especificações das lentes. Além
disso, tradicionalmente existe o entendimento de que o consumidor deve estar de
forma presencial na loja para que o especialista possa coletar as informações e
medidas necessárias para a confecção dos óculos.
Refletindo sobre essa realidade, parece bastante
lógico que o comércio de óculos permaneça da mesma forma há décadas, desde o
início do século XX. Porém, a tecnologia mostra que é possível inovar no varejo
óptico, oferecendo mais praticidade e qualidade de vida aos consumidores, que
passam cada vez mais tempo conectados ao mundo online. Uma pesquisa feita pela
ConQuist Consultoria apontou que 71% dos brasileiros preferem realizar compras
online, sobretudo após o início da pandemia.
Um outro estudo, este realizado pela empresa de
serviços virtuais NordVPN, reforça ainda mais essa visão, indicando que os
brasileiros passam cerca de 91 horas por semana na internet, o que - em termos
absolutos - resulta em 41 anos, ou o equivalente a 54% do tempo de vida médio
da população do país, que é de 75,9 anos. Outro levantamento, conduzido pela
American Optometric Association – AOA (Associação Americana de Optometria),
mostra que entre todas as queixas de saúde, aquelas relacionadas à visão são as
mais frequentes para aqueles que trabalham ou passam muito tempo na frente do
computador.
Esses dados demonstram que as pessoas estão
passando cada vez mais tempo conectadas, demandando produtos e serviços que possam
melhorar a sua qualidade de vida, de forma prática, rápida e segura. Neste
contexto, o aprimoramento tecnológico é de grande valia, inclusive no varejo
óptico, criando oportunidades para a implementação de métodos baseados em
Inteligência Artificial, Visão Computacional e outras técnicas que ofereçam uma
jornada 100% digital e focada nas necessidades do consumidor.
Durante a pandemia, foi possível perceber um
pequeno avanço no contexto tecnológico do setor, já que nesta ocasião, muitos
varejistas notaram a importância da integração online aos seus canais de
atendimento tradicionais, passando a atuar de forma “omnichannel”. Além disso,
o “conversational commerce” (interação em tempo real via aplicativos de
mensagens, chats com humanos, chatbots e assistentes de voz) também virou uma
tendência no segmento. Em suma, o momento atual apresentado por grandes players
do setor é o de integrar plataformas online e utilizá-las como alavancas do
negócio, mas ainda mantendo a loja física como peça central da estratégia de
venda.
Embora o cenário tenha apresentado certa inovação
tecnológica em relação às décadas passadas, ainda falta um longo caminho para
que o setor óptico mostre-se realmente digitalizado. Na prática, há bastante
inovação nesta área em termos de moda, com novas opções de modelos, cores,
materiais e coleções; mas há pouco avanço no emprego de tecnologia que crie uma
jornada genuinamente digital..
Em 2020, no início da pandemia de Covid-19, uma
pesquisa conduzida pela Euromonitor indicou que 54% dos executivos líderes do
segmento óptico acreditavam que haveria uma mudança permanente e irreversível
em direção ao comércio eletrônico. Porém, cerca de 2 anos e meio depois, este
não é o cenário que vem se apresentando ao mercado. Muitas empresas estão efetivamente
trabalhando na transformação do varejo óptico, mas o futuro do setor ainda é
incerto.
Makoto Ikegame - CEO e
Fundador da Lenscope,
healthtech que vem revolucionando o mercado óptico brasileiro ao oferecer uma
jornada 100% digital na aquisição de lentes para óculos em um processo simples,
eficiente e muito funcional. A marca, que também é reconhecida por
disponibilizar ao mercado brasileiro as lentes mais finas do mundo, utiliza
Inteligência Artificial na oferta de produtos de qualidade superior, de forma
acessível e cômoda, sem que o consumidor precise sair de casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário