Regiões produtoras como Mato Grosso e Paraná passam em agosto por período de seca e por isso a cultura pode sofrer com este cenário e ter impacto direto na colheita
Com a passagem pelo período de seca nos meses de
agosto e setembro em algumas das regiões produtoras de feijão, como em Mato
Grosso e outras regiões, é preciso atenção e cuidado redobrado para que as
lavouras não sofram com estresse térmico. Essa condição pode reduzir a
produtividade devido ao abortamento de estruturas reprodutivas como flores e
por consequência diminuição do número de vagens e grãos, chegando em alguns
casos a até 50%.
A maioria das áreas de feijão irrigado em MT,
segundo Anderson Cleiton Dutra, técnico agrícola e representante técnico de
vendas na DVA Agro, neste momento encontra-se em estágio de desenvolvimento
R6/R7, ou seja, floração plena e formação de vagens. “Estas áreas foram em sua
maioria plantadas sob pivôs de irrigação e após a colheita do milho safrinha ”,
detalha.
Este período agora em que a cultura está no campo,
coincide com a estação da seca, e inverno em todo o País. “Em MT, por exemplo,
região que praticamente não chove e ocorre uma elevação considerável na
temperatura do ar, onde facilmente durante as horas mais quentes do dia chegam
próximas aos 40°C, com diminuição da umidade relativa do ar e mesmo com a
irrigação, a quantidade de água fornecida nem sempre é suficiente para a
cultura instalada”, relata o profissional.
Ainda segundo Dutra, os sintomas desse problema são
mais fáceis de se identificar durante o período reprodutivo da cultura a partir
de R5 e R6, fases de início de floração e floração plena. “É quando se observa
maior abortamento floral, plantas mais murchas nas horas mais quentes do dia e
em alguns casos mais graves o amarelecimento de folhas, indicando que o dano já
está em situação praticamente irreversível”, destaca.
Consequências e prejuízos
Além do abortamento das estruturas reprodutivas já
mencionadas, com o estresse térmico, todo o sistema de absorção de nutrientes e
metabolismo da planta ficam comprometidos. “O feijoeiro desenvolve-se bem em
faixas de temperaturas de 18°C a 30°C, médias noturnas e diurnas, variações
fora desta faixa provavelmente irão causar perdas de produtividade”, completa o
técnico agrícola.
O estresse térmico pode ocorrer também em outras
situações, como, por exemplo, no manejo de algumas doenças de solo. Geralmente,
quando isso acontece, o produtor precisa diminuir o volume de água fornecido às
plantas, assim a cultura também precisa alterar seu metabolismo e
consequentemente sofre reflexos que podem causar prejuízos.
Como evitar
O estresse térmico pode ser evitado através da
adição de componentes dentro das células da planta. Alguns produtos hoje no
mercado atuam com esse objetivo, como por exemplo, o Stimulus e CaBZn plus da
DVA Agro. As tecnologias foram criadas para favorecer os cultivos na proteção
dos seus potenciais produtivos, auxiliando nas prevenções de diversos tipos de
estresse. Dentre eles, o térmico, onde esses dois produtos vão auxiliar as
plantas com fornecimento de aditivos que promoverão a termorregulação natural e
termorregulação induzida, auxiliando na preservação da temperatura do tecido
vegetal dentro da zona de conforto térmico de funcionamento das plantas.
Evitando assim níveis extremos de alteração no metabolismo e consequente
desbalanço hormonal que promove diminuição do potencial produtivo imposto pelo
estresse térmico.
Raio-X da cultura
O feijão, muito presente na alimentação do
brasileiro, é bastante distribuído pelo território, sendo o Paraná o principal
produtor. Minas Gerais e Bahia tem grande importância, e esses três estados
juntos são responsáveis por praticamente 50% da produção. Mato Grosso participa
com aproximadamente 5% do volume total, sendo a área plantada em torno de 100
mil hectares, divididos entre safra, safrinha e terceira safra. “Essa terceira
safra ocupa cerca de 70 mil hectares em áreas irrigadas”, conta o técnico
agrícola da DVA Agro.
São muitas as variedades da leguminosa cultivadas
no Brasil, porém, algumas têm mercados específicos, como por exemplo os das
variedades mungu, caupi, sempre-verde e fava. Já os de maiores áreas comerciais
no Centro-Oeste são o feijão carioca com as variedades madre pérola e dama se
destacando, e o feijão preto e o rajado.
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