No dia 5 de agosto é comemorado o Dia Nacional da Saúde no Brasil. A data, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da educação sanitária e a ter um estilo de vida mais saudável, foi escolhida em homenagem ao médico e sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz, que nasceu em 5 de agosto de 1872.
Falando sobre uma das áreas mais debatidas atualmente, a neuropsicóloga Dra
Roselene Espírito Santo Wagner apontou que, na questão da Saúde Mental, a
busca por ajuda psicológica e psiquiátrica só aumenta no país.
“É preciso compreender que a relação da procura com o aumento de casos não é
absoluta. Isso porque percebemos que, gradativamente, a doença mental não é
mais um tabu, um motivo de vergonha que deve ser ocultado”, iniciou.
Segundo Dra Leninha, como é mais conhecida, o estresse nos dias de hoje é mais
perigoso que um vírus.
O constante estado de atenção, de perigo, segundo ela, colocam o sistema
nervoso simpático em alerta, que envia mensagem a todo organismo.
“A glândula adrenal provoca a secreção de adrenalina, principal mensageiro
químico de alerta. A recepção do sinal de perigo se traduz em diversas
modificações fisiológicas, o ritmo cardíaco se acelera, a pressão sanguínea se
eleva e as artérias se dilatam para que os músculos e o cérebro sejam mais
irrigados. A respiração se torna mais rápida e o consumo de oxigênio aumenta. O
processo de digestão é interrompido e o fígado produz açúcar. O sangue se
coagula mais rápido, prevenindo um eventual rompimento de vasos. A transpiração
aumenta para refrescar o organismo superaquecido. As pupilas se dilatam,
para que a visão possa capitar qualquer perigo a volta”, detalhou.
Conforme a especialista, é assim que todos os mamíferos reagem automaticamente
para enfrentar ou evitar um obstáculo inesperado, na luta ou na fuga.
“Assim reagia o homem das cavernas ante um mamute, assim reagem homens e
mulheres imobilizados dentro do automóveis nos engarrafamentos urbanos, dos
escritórios, fábricas, shoppings (…)
O modo de vida dos seres humanos mudou, mas as reações do organismo que eram
adequadas tornaram-se inócuas e desadaptadas à maior parte das situações da
vida urbana moderna”, alertou.
Ainda conforme Dra Leninha, caso o estresse moderado se prolongue, sem que o
animal ou ser humano tenham a possibilidade de dispersá-lo, somente se evitará
a morte recorrendo a uma “fuga psicológica”, como por exemplo: fugas
obsessivas, ilusórias, representação.
“Uma técnica de fuga psicológica são ‘sintomas de conversão’, como a
laringite do cantor, os problemas de visão do aviador, lesões do jogador,
labirintite da bailarina, rouquidão do locutor, rotas de fuga inconsciente para
fugir do estresse”, disse.
Para a neuropsicóloga, as doenças psicossomáticas têm origem psicológica, mas
são bastante “reis”.
“A dor de cabeça, a asma, a artrite provocadas pelo estresse são verdadeiras
doenças. Contudo se a dor de cabeça causada em geral por uma tensão nervosa
prolongada dos músculos dos ombros e da nuca pode desaparecer com uma simples
massagem, há infelizmente, doenças provocadas pelo estresse que são
praticamente irreversíveis, como a hipertensão.
“Um acesso de raiva ou de forte emoção podem desencadear uma crise cardíaca, em
consequência do estado de alerta, o sangue se coagula mais rápido para evitar
uma eventual ruptura, podendo assim formar facilmente os coágulos mortais. Uma
outra doença associada ao estresse é a úlcera, que é uma lesão na mucosa do
estômago, causada por um processo de superacidez gástrica, também provocada
pelo estresse”, reforçou.
Na vida urbana moderna, segundo Dra Leninha, a convivência nos grandes
condomínios, o barulho excessivo e permanente, a falta de privacidade, o
desgaste de locomoção provocados pelas grande obras públicas, os
engarrafamentos, a inversão de valores, a concentração de poder, a inflação,
crises financeiras, pandemia, insegurança, deixam claro que o ambiente em que
vivemos precisa urgentemente de políticas públicas preventivas, para o cuidado
da saúde mental.
“Estamos caminhando para uma crise pandêmica de doenças mentais que irá
impossibilitar avanço da evolução humana”, prognosticou.
A especialista destacou ainda, como sempre, algumas maneiras para escapar do
estresse:
1- Atividade física;
2- Penumbra e silêncio- distância de ambientes profusamente iluminados e
barulhentos;
3- Alimentação sadia – Isenta de gordura superflúas que causam no organismo
forte sobrecarga;
4- Baixo consumo de sal – Pesquisas recentes demonstram que o consumo excessivo
de sal aumenta a vulnerabilidade ao estresse;
5- Banho- Preferencialmente morno e de imersão;
6- Contato com a natureza- Bosque, jardins, campo, praia.
Dra. Roselene Espírito Santo
Wagner - também conhecida
como Dra. Leninha, é PhD em Neurociências, Dra em Psicologia e Neuropsicóloga
especialista no tratamento de diversos transtornos, além de ser habilitada para
aplicação de testes psicométricos reconhecidos mundialmente. Dra. Leninha tem
participação em diversos programas de rádio e televisão, assim como periódicos
e revistas nacionais e internacionais.
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