A Dra. Dania Abdel Rahman, Infectologista do Hospital Albert Sabin, explica sobre essa doença com casos já confirmados no Brasil
A Varíola dos Macacos, Varíola Símia ou Monkeypox,
como é mundialmente conhecida, foi diagnosticada em 1958 em um grupo de
macacos, o que deu origem ao nome da doença. Contudo, o vírus é mais comum em
roedores e o primeiro caso em humanos foi identificado em 1970.
É uma doença transmissível por contato prolongado,
como relação sexual, uma vez que também o vírus se encontra no sêmen, e por
vias respiratórias através de gotículas expelidas pela pessoa infectada. Devido
a essa transmissibilidade, é que se faz necessário o uso de máscaras para
proteção e também a necessidade de isolamento quando infectadas. Com todas
essas recomendações, as pessoas estão inseguras e com medo pois a estão
comparando com o coronavirus.
“É importante salientar que a varíola dos macacos é
completamente diferente da covid-19, pois, não causa pneumonia e outras
complicações do coronavírus. Além disso, as doenças são transmitidas por diferentes
tipos de vírus. Então, possivelmente não se tornará uma pandemia",
esclarece a Dra. Dania Abdel Rahman, Coordenadora do setor de Infectologia
Clínica e Controle de Infecção Hospitalar e Infectologista do Hospital Albert
Sabin (HAS).
Inicialmente, os principais sintomas são dores
musculares, febre e mal-estar geral. Logo após surgem as lesões na pele,
geralmente iniciadas na região genital. “Porém, isso não é uma regra, pois, o
paciente pode observar lesões iniciais em outras regiões, como face, tronco,
membros. Tais lesões surgem como pequenas pústulas, com conteúdo amarelado e
purulento, e depois disso eclodem, abrem e secam, transformando-se em crostas”,
explica a infectologista.
A transmissão pode ocorrer durante todo o período
em que existe lesão, contudo, quando estão bolhosas e com secreção são muito
mais transmissíveis, pois, é nessa secreção que se encontra o vírus. Quando as
feridas se transformam em crosta, a transmissibilidade diminui, mas ainda
existe. “Por esse motivo é recomendado o tempo de isolamento de, no mínimo,
quatorze dias ou enquanto o paciente apresentar lesões”, completa a médica.
Atualmente não existe nenhum tratamento específico
para a varíola dos macacos, como antivirais ou outros medicamentos. “Temos
cuidado desses casos com medicações sintomáticas, principalmente remédios para
dor, já que as lesões são muito dolorosas. A orientação é lavar as feridas com
água e sabão, o uso de analgésicos opioides, que são remédios mais fortes e
mais potentes, e evitar contato com outras pessoas, principalmente, relações
sexuais. Também é de extrema importância, já que o vírus se propaga através de
perdigotos, o uso de máscaras tanto pelo paciente como pelos que o cercam”,
adverte a Dra. Rahman.
Infelizmente ainda não existe vacina para essa
doença. A vacina da varíola, aplicada no mundo, inclusive no Brasil, até 1979
pode oferecer alguma proteção contra este novo vírus, porém, ainda está em
estudo e não há conclusões definitivas quanto ao fato.
Hospital Albert Sabin
HAS: A sua vida tem o nosso cuidado!
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