Talvez um dos assuntos mais
evidenciados quando falamos em serviços de saúde na pandemia, a telemedicina
conseguiu suprir parte dos atendimentos médicos em tempos de distanciamento
social. Provavelmente, algumas pessoas adoraram a novidade e se adaptaram bem à
tecnologia, enquanto outras não aprovaram conversar com o médico por meio de
uma tela.
A pandemia trouxe a regulamentação da teleconsulta no Brasil com a lei nº
13.989/2020, o que abriu uma nova "era" para a modalidade. Dados da
Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital estimam que
mais de 7,5 milhões de atendimentos via telemedicina foram realizados no País,
entre 2020 e 2021.
No meio das diferentes opiniões, como é normal em uma sociedade, o fato é que
vimos, por exemplo, idosos, que muitas vezes imaginamos distantes dessas
ferramentas, à vontade para realizar suas consultas virtualmente. É
interessante ver como a tecnologia, além de sanar a questão do distanciamento,
também atuou em outros fatores e facilitou a inclusão do cuidado na rotina das
pessoas.
Ao atender essas outras questões, como dificuldade de locomoção, falta de tempo
ou até mesmo "achar o problema muito simples" para ir ao médico,
vemos uma perspectiva muito positiva para o futuro da telemedicina.
Para analisar essa situação pós-pandemia, podemos levantar mais alguns pontos,
como a porcentagem de sucesso dessas consultas. Ainda no estudo da Associação
Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital, em 91% das consultas
avulsas de pronto atendimento a questão foi sanada e a ida ao pronto socorro
foi evitada.
Claro, nessa discussão toda, não podemos esquecer também da falta de
acessibilidade a um computador ou a um celular que enorme parte da população do
País enfrenta. Em tempos que falamos de 5G, fica mais esse desafio para
caminharmos na direção de melhores serviços de saúde. Aqui também vale
destacar, no lado positivo, o surgimento de diversas iniciativas que levam a
telemedicina de forma itinerante pelo Brasil, conseguindo ampliar o alcance e a
acessibilidade do serviço.
As perspectivas são boas e os fatos, até agora, também apontam para esse lado,
o que nos faz acreditar que sim, a telemedicina veio para ficar. Mas também
reforço os novos pontos de atenção que surgiram e vão continuar surgindo
conforme novas alternativas aparecerem. Há um tempo atrás, a internet da sua
casa não tinha nada a ver com o seu médico, por exemplo. Os novos métodos
surgem para facilitar, mas nunca resolverão problemas sozinhos. O olhar e o
fator humano, que atuam na sociedade como um todo e devem passar por todas as
esferas, desde nossas autoridades, sempre serão necessários para solucionar
questões que só eles podem resolver.
Gilberto Barbosa - diretor de Marketing da VidaClass
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