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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Alterações nas unhas podem indicar infecção pela covid-19

Quanto mais os estudos e as pesquisas avançam, maior a lista de sinais e de sintomas da covid-19. Além das já conhecidas manifestações, uma parte do corpo geralmente verificada por questões estéticas, também passa a ser uma potencial fonte de informação sobre a doença: as unhas.  

Segundo a dermatologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Thaís Helena Neves Yasuda, as unhas têm um papel importante ao indicar alterações tanto dermatológicas quanto sistêmicas e, com a infecção pelo novo coronavírus, não é diferente. 

“Recentes observações sobre o desenvolvimento da doença indicam duas principais mudanças nas unhas relacionadas à infecção pela covid-19: as linhas de Beau e, de forma mais rara, a meia lua vermelha. Nenhum desses sinais implica maior gravidade da doença, mas é importante estar atento a eles e consultar um especialista”, explica a médica. 

As linhas de Beau podem surgir em situações de alterações no metabolismo, danos de forma repetida, em pacientes com dermatite de contato, uso de alguns medicamentos ou pela presença de infecções, como a covid-19. “As linhas de Beau são sulcos transversais que aparecem na unha devido a uma interrupção temporária da atividade da matriz da unha”, diz a médica. 

Já a meia lua vermelha é uma faixa avermelhada e arredondada que aparece acima da lúnula – região da unha próxima à cutícula. “Ainda não havia sido descrita em nenhuma doença dermatológica ou sistêmica a aparição da meia lua vermelha. Portanto, essa é uma manifestação considerada mais característica do coronavírus”, diz Yasuda. 

A possível causa para essa alteração é um dano provocado pela infecção ou pela resposta imune, nos vasos sanguíneos- o que resulta em pequenos coágulos. Normalmente, o sinal surge semanas após o contágio e, assim como as linhas de Beau, desaparece espontaneamente. “Apesar dessa maior especificidade, a presença da meia lua vermelha não está ligada à gravidade da doença e pode ser percebida, inclusive, em pacientes assintomáticos. Porém, é importante que, uma vez identificadas mudanças nas unhas, se interrompa o uso de produtos, como esmalte, e o paciente procure um dermatologista para avaliação adequada”, conta Yasuda.

 

 

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