Medicamentos continuam sendo elaborados para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV, mas vacina ainda é o foco principal
Há 40 anos, no dia 1º de
dezembro, era descoberto o primeiro paciente com aids no Brasil, e de 1981 até
o momento, houve grande evolução para o tratamento da doença e a prevenção do
vírus do HIV, com os coquetéis na década de 1990, além dos antirretrovirais e
testes rápidos mais recentemente.
A Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é a doença no estágio mais avançado da
infecção causada pelo vírus do HIV – vírus da Imunodeficiência Humana em
português -, que ataca o sistema imunológico agindo nas células de defesa do
corpo. O HIV é transmitido em relações sexuais, transfusão de sangue contaminado,
compartilhamento de seringas, agulhas ou objetos infectados, e na transmissão
vertical (da mãe para o bebê durante o parto ou amamentação).
Desde a década de 1980
existem os medicamentos antirretrovirais para as pessoas que vivem com HIV ou
aids, inibindo a multiplicação do HIV no organismo e evitando o enfraquecimento
do sistema imunológico. O avanço para a prevenção da transmissão de HIV e aids
também avançou com a possibilidade da chamada “Prevenção Combinada”, que
associa o uso do preservativo com a PrEP e PEP, além de contar com a prevenção
da transmissão vertical durante a gravidez, tratamento das infecções
sexualmente transmissíveis e o tratamento das pessoas que vivem com HIV ou
aids.
Segundo João Prats,
infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, os avanços
obtidos nestes 40 anos impactaram positivamente na prevenção e no tratamento
das pessoas que vivem com HIV ou aids, mas a busca por uma vacina e uma cura
continuam sendo essenciais.
“A busca por um imunizante
é importante, porém difícil. O vírus tem várias mutações, se esconde no sistema
imunológico após a infecção e pode agir de maneiras diferentes em cada pessoa.
Além da vacina, que precisa ter 100% de eficácia para realmente proteger as
pessoas, também é necessário encontrar a cura para os já infectados”, diz o
médico da BP.
Mesmo com as conquistas,
por meio de medicamentos desenvolvidos ao longo dos anos, ainda não existe uma
vacina com eficácia comprovada para a proteção da população ou a descoberta da
cura para os infectados. Entretanto, há estudos em andamento para a criação de
uma vacina como, por exemplo, o Mosaico, pesquisa Janssen Vaccines and
Prevention B.V. com a HIV Vaccine Trials Network (HVTN) e o Centro de
Referência e Treinamento DST/Aids, que ainda está em fase de testes de sua
eficácia no Brasil e em outros países.
De acordo com o Ministério da Saúde, há cerca de 920 mil pessoas
que vivem com HIV no Brasil, com um decréscimo de 18,7% na detecção de aids
entre os anos de 2012 e 2019, assim como uma queda de 17.1% na mortalidade
entre 2015 e 2019. Atualmente, a maior concentração de casos de aids no país
está entre os jovens de 25 a 39 anos, com 492,8 mil registros até 2019, o que
reforça a importância da prevenção à aids e da busca pelo diagnóstico precoce e
tratamento da doença.
Apesar da espera por uma vacina, o desenvolvimento de medicamentos
para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV ou aids
continua. O primeiro medicamento injetável aprovado nos EUA e em outros países
é um exemplo e, apesar de não estar ainda disponível no Brasil – país
referência no tratamento e na prevenção –, é importante o acompanhamento da
evolução de medicamentos e nos índices nacionais.
BP – A Beneficência Portuguesa de
São Paulo
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