Nova técnica, minimamente invasiva, não deixa cicatriz, elimina a necessidade de reposição hormonal nos pacientes e não requer internação hospitalar
Tecnologia inovadora no tratamento de nódulos de tireoide passa a ser feita em consultório médico e traz benefícios aos pacientes. O procedimento utilizando a nova técnica já foi iniciado na Clínica Clincap, em São Paulo, sob o comando dos médicos Fernando Walder e Carlos Lehn.
A técnica, já utilizada nos principais centros médicos do mundo, conhecida como radioablação, representa um avanço para medicina, sobretudo no que diz respeito à segurança, o conforto e a recuperação do paciente. Diferente da cirurgia convencional, em que há um corte na região do pescoço, o procedimento minimamente invasivo, por meio de radiofrequência, não deixa cicatriz e reduz o volume dos nódulos – em até 90% no 1º ano.
Outro ganho ao paciente é que, com a utilização dessa nova técnica, não há necessidade de um tratamento com reposição hormonal. “Na cirurgia convencional, com a retirada do nódulo, muitas vezes, o tecido saudável da tireoide também é extraído. Isso obriga o paciente a ter um acompanhamento com reposição hormonal. Com essa nova técnica, isso não acontece porque conseguimos agir diretamente no nódulo”, afirma o dr. Fernando Walder.
O dr. Carlos Lehn ressalta que "a técnica vem sendo testada com excelentes resultados nos mais diversos pacientes e em diferentes estágios da doença. Por isso mesmo, representa uma grande esperança nos tratamento da tireoide”. Ele explica que a glândula da tireoide regula a função dos mais importantes órgãos do corpo humano, entre eles, o coração, o fígado, o cérebro e os rins. “Essa glândula é responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina)”, conclui.
Estudos
mostram que cerca de 60% da população brasileira tem a possibilidade de
desenvolver nódulos na glândula em algum momento da vida. Embora os sintomas
não sejam comuns ou demorem a aparecer, quando surgem os nódulos o paciente
pode sentir dor, inchaço na garganta, perda de peso (sem causa aparente),
tremores, rouquidão ou perda de voz e dificuldade para respirar. O aumento da
glândula, tornando-se aparente na região do pescoço, também indica um sinal de
alerta. Porém, em cerca de 95% dos pacientes, as lesões são benignas. Em alguns
casos, há a necessidade de cirurgia.
Técnica por radiofrequência
O
procedimento é feito por ultrassonografia, com anestesia local. Desta forma, o
médico localiza o nódulo dentro da tireoide e introduz um eletrodo no
ponto exato a ser tratado. "O eletrodo é ligado a um gerador de alta
tecnologia, que enviará ondas de radiofrequência, aumentando a temperatura na
ponta do eletrodo, ocasionando a morte das células", conclui Walder
Não necessita de internação
Os médicos Fernando e Carlos são pioneiros na aplicação do procedimento em clínica, sem a necessidade de um centro cirúrgico e internação em hospitais. “Essa é uma grande vantagem dessa nova técnica. Não há internação, o paciente pode ir para casa no mesmo dia, tendo uma recuperação mais rápida, e com menor chance de contaminação por vírus e/ou bactérias”, destaca Lehn.
Para isso, o consultório ganhou uma sala moderna e equipada apenas para esse novo procedimento de radiofrequência em pacientes. Os equipamentos foram importados pelo Grupo RBT Medical Group, que trouxe, pela primeira vez, essa tecnologia ao Brasil.
Fernando Walder - Doutor em Oncologia pela FMUSP, é professor
do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço -
UNIFESP – EPM. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço.
Carlos Lehn - Doutor em medicina pela Unifesp, é diretor do Serviço de Cirurgia de
Cabeça e Pescoço do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.
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