Bebês
nascidos antes do tempo têm maior risco de desenvolver problemas oculares
A
pandemia do novo coronavírus afetou a população mundial de várias formas.
Infelizmente, a taxa de nascimento de bebês prematuros foi elevada em vista das
complicações do covid-19 nas mães. A prematuridade é um fator de risco para
diversas condições oculares, entre elas o estrabismo.
Segundo a oftalmopediatra, Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo,
além dos efeitos clínicos do desalinhamento dos olhos, os bebês que desenvolvem
a condição apresentam maior risco de redução da acuidade visua.
"Além da baixa visão, esses bebês apresentam uma chance maior de não
desenvolverem a visão binocular. Por fim, o estrabismo também é um fator de
risco para a ambliopia, mais conhecida pelo termo “olho preguiçoso”.
Evidências científicas
Um estudo publicado no periódico BMC
Ophthalmology apontou que a prematuridade e o baixo peso ao nascer são
fatores de risco para o desenvolvimento do estrabismo. O estudo foi feito com
um grupo de bebês nascidos a termo e um grupo de bebês prematuros com variadas
idades gestacionais pré-termo.
No grupo dos bebês a termo, a prevalência do estrabismo foi de 2%, dentro dos
dados existentes na literatura. Entre os prematuros de 29-32 semanas, a prevalência
foi de 22%. Naqueles nascidos com menos de 28 semanas, foi de 26%.
Consulta oftalmológica deve ser precoce
“O mais importante é que os pais de bebês prematuros devem ser orientados a
procurar alguns especialistas, como um oftalmopediatra nos primeiros meses de
vida. Há bebês que ainda na maternidade já são diagnosticados com algumas
condições mais graves, como a retinopatia da prematuridade (ROP), catarata
congênita etc.”, comenta Dra. Marcela.
“Entretanto, a consulta com um oftalmologista infantil é muito importante para
detectar alterações visuais, em geral, que podem se desenvolver nos prematuros,
como o estrabismo e erros refrativos”, reforça a médica.
Tratamento do estrabismo é cirúrgico
O estrabismo é o desalinhamento do eixo visual que costuma se desenvolver na
infância. As formas mais graves, inclusive, podem ser detectadas nos primeiros
dias de vida. Quando não tratado, o estrabismo pode reduzir a visão da criança
a medida em que o olho com o desvio não se desenvolve da mesma maneira.
Em outras palavras, a visão de um olho será melhor que a do outro, condição
chamada de ambliopia. Além disso, a criança não irá desenvolver a visão
binocular, essencial para enxergar em profundidade e em 3D.
“A cirurgia é o tratamento padrão para todos os tipos de estrabismo, com
exceção do desvio causado pela hipermetropia, facilmente resolvido com o uso de
óculos. Quanto mais cedo o procedimento for realizado, maior a chance promover
um desenvolvimento visual saudável”, finaliza Dra. Marcela.
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