O retorno das atividades presenciais tem sido discussão em diversos setores
Desde o começo da pandemia, boa parte
do mundo teve que se adaptar ao estilo de trabalho remoto ''home office'', mas
com a pandemia caminhando para a fase final aqui no Brasil muitas empresas têm
retomado e até exigido o retorno do trabalho presencial e causado divergências
com profissionais de diversas categorias que se acostumaram e gostaram desta
modalidade que já era uma tendência mundial e foi amplificada devido o
coronavírus.
Mas será que o avanço do conceito
de trabalho ''home office'' vai retroceder com o fim da pandemia? De
acordo com a especialista em gestão e treinamento de pessoas Maria Claudia
Martins o ‘’home office’’ é uma realidade permanente e as empresas que
resistirem a flexibilizar o trabalho presencial poderão enfrentar problemas em
conquistar bons profissionais: ‘’É comprovado a eficácia na produtividade de
trabalhos via Home Office ou trabalho híbrido, que é quando a empresa implanta
um sistema duplo como modalidade de operação de seus colaboradores. É claro que
é preciso tomar muito cuidado, manter a equipe motivada, encorajar a interação
com alguns encontros presenciais sempre que possível, mas não podemos ignorar
que este conceito vai continuar e as empresas precisam se adaptar para manterem
competitividade de mercado e conquistarem bons talentos profissionais’’ disse a
empresária e psicóloga, pós graduada em Psicologia Cognitiva Comportamental e
MBA em gestão de pessoas com mais de 25 anos de experiência em RH.
O retorno que algumas empresas
estão impondo aos seus colaboradores, tem feito alguns profissionais optarem
por recomeçar em outras empresas; Este foi o caso de Mayara Morelli de 31 anos,
formada em Publicidade e Propaganda com pós graduação em Marketing de Moda, que
preferiu pedir demissão a retornar ao trabalho presencial: ‘’Mesmo explicando
que minha produtividade maior é em casa, até mesmo por estar mais calma
referente aos riscos que ainda existem em relação ao Covid-19, a empresa exigiu
meu retorno. Decidi me demitir e me arrependo apenas de não ter feito isso
antes para não ter passado meses com ansiedade preocupada com o retorno.
Algumas semanas após notificar meu desligamento já encontrei uma oportunidade
que me encantou muito e com trabalho remoto. Me sinto valorizada como
profissional. Agora tenho mais tempo para mim, consigo acordar mais cedo, fazer
exercício físico antes do trabalho, tenho tempo para uma alimentação mais
saudável e muito mais disposição para atuar em minha função na empresa.’’ disse
a publicitária.
Mas embora seja uma tendência e um desejo da maioria,
algumas atividades não tem como fugir do trabalho presencial e as empresas
precisam investir em uma transformação para que a produtividade continue
positiva. Maria Claudia Martins faz um alerta ao líderes de empresas: ‘’Aqueles
que forem investir na modalidade híbrida ou total home office precisam fazer um
estudo para entenderem se suas atividades são compatíveis e também deverão
investir em tecnologias e treinamentos, segurança da informação, readequação do
sistema da empresa, rever as políticas internas, os contratos e principalmente
trabalhar isso dentro da cultura da empresa. É preciso investir na
transformação cultural’’ disse a CEO à frente do Grupo Imediatta.
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