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Segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata representa 29% dos diagnósticos em homens no Brasil, sendo o segundo tipo mais comum na população masculina. Ainda de acordo com o instituto, no triênio de 2020 a 2022, existe uma estimativa de 65.840 novos casos. Um dos principais fatores de risco para o surgimento do câncer de próstata é a idade, onde o risco de morte também é maior a partir dos 50 anos.
Outros
fatores podem contribuir como condições genéticas e hereditárias, quando já
ocorreram casos na família. Além disso, a pandemia também afetou a prevenção,
já que milhares de pessoas deixaram de ir ao médico durante o período de
isolamento para evitar o contágio. Segundo o Radar do Câncer, idealizado
pelo Oncoguia e CliqueSUS, o número de biópsias realizadas pelo sistema público
de saúde apresentou uma queda de 38,22% entre março e dezembro de 2020,
comparado ao mesmo período de 2019. O número de exames PSAs (Dosagem de
Antígeno Prostático Específico) realizados pelo SUS diminuiu 29,04%.
Especialistas da área oncológica afirmam que esta redução nos diagnósticos
terão um impacto muito negativo, já que muitos deixaram de identificar a doença
em seus estágios iniciais.
Assim como outros tipos de câncer, o de próstata precisa de uma prevenção para evitar seu avanço e até mesmo surgimento, já que as fases iniciais costumam não apresentar grandes sinais, o que pode prejudicar o tratamento. Para auxiliar na compreensão do tema, o professor de ciências biológicas, Euclides Matheucci, alerta sobre as condições genéticas que contribuem para o desenvolvimento do câncer de próstata. Euclides também é diretor científico da DNA Consult, laboratório de biotecnologia.
Uma
das modalidades oferecidas pelo laboratório é o exame de painel genético.
Diferente do mapeamento genético, o exame de painel é utilizado para analisar
uma relação limitada de genes e geralmente serve como um recurso adicional ao
diagnóstico de condições clínicas diversas. “Quando falamos em saúde, a
prevenção sempre é o caminho mais assertivo, tanto para homens, quanto
mulheres. A realização de um painel genético de câncer de próstata pode trazer
uma leitura do DNA que indique propensão ao câncer”, explica Euclides
“Essa
análise contribui para um diagnóstico mais assertivo e, quando associado a
outras condições clínicas, pode indicar a propensão à ocorrência do câncer. Uma
vez identificado um possível fator genético associado à doença, é possível que
os filhos também possam contar com essa condição genética. Essa validação pode
ser feita por meio do sequenciamento do gene que apresenta o padrão de risco,
técnica mais direcionada e que demanda menor investimento”, complementa
Um
dos grandes desafios das campanhas de Novembro Azul, por parte do setor de
saúde público e privado, é conseguir criar uma conscientização para um
acompanhamento e realização de exames periódicos. “O câncer de próstata é
muitas vezes visto como tabu, seja por negligência, medo e desconhecimento em
relação aos exames preventivos. Como os exames de painel analisam condições
genéticas e a sua realização é simples, com a coleta de amostra na bochecha do
paciente, eles podem ser usados como uma estratégia para incentivar a
prevenção”, afirma o especialista.
Euclides
ainda explica a importância da realização do exame, que serve tanto para
prevenção como também um complemento de outras avaliações. “O paciente pode
optar pelo painel genético de forma preventiva para identificar predisposição a
condições clínicas variadas, como pode usar para complementar diagnósticos
clínicos, caso já tenha apresentado outros sintomas relacionados à doença
analisada”, conclui.
Além
da identificação de condições clínicas que influenciam no aparecimento do
câncer de próstata, o exame de painel também serve para avaliar fatores
genéticos em casos de câncer de mama, triagem neonatal (teste do pezinho) e
alguns distúrbios do neurodesenvolvimento, como autismo.
DNA Consult
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