Alimentos, combustíveis, energia elétrica e imóveis são algumas das várias “vítimas” da altíssima inflação que o Brasil vem enfrentando durante todo o ano de 2021. E a previsão para o próximo ano não é animadora, visto que, também por conta da pandemia, a economia ainda está instável.
Além disso, a proposta do governo para o reajuste
do salário mínimo de 2022 será apenas para cobrir o Índice Nacional de Preços
ao Consumidor (INPC), porém, alguns dos reajustes de preços são ainda maiores
do que o do INPC, como o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), por exemplo,
que reajusta os valores dos aluguéis. Ou seja, mesmo com esse aumento, o poder
de compra do trabalhador que recebe o salário mínimo deve diminuir. O doutor em
Desenvolvimento Econômico e professor da Escola de Negócios da Universidade
Positivo (UP), Guilherme Marques Moura, aponta quatro contas que devem seguir
pesando no bolso dos brasileiros no próximo ano.
- Energia elétrica
“A conta de luz, que aumentou durante todo esse
ano, tem previsão para ficar ainda mais cara em 2022. Segundo a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o valor deve subir 21%”, explica.
"Será o maior aumento em sete anos", destaca Moura.
- Transporte público
Por conta da inflação sobre os combustíveis, o
valor do transporte público deve ser reajustado em todo o Brasil. “Se fossem
repassados todos os aumentos de custos, a previsão é de elevação seria de 40% a
50% do preço da passagem, que atualmente custa, em média, R$ 4,00 no país”,
revela o professor. “O impacto final depende da cidade, dado que o preço da
passagem é subsidiada pelos governos municipais. De toda forma, especialistas
apontam um aumento médio de pelo menos 10%”, pontua.
- IPVA
O preço dos carros usados também subiu bastante: em
média, 22% no período entre maio de 2020 e maio de 2021. Por conta disso,
o valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) também
será reajustado em 2022. “No caso dos carros, a elevação do preço do usado
ocorreu devido à escassez e aos altos valores dos carros zero quilômetro,
causando um efeito cascata sobre os preços dos veículos. Geralmente, esse é um
imposto que tem redução ao longo do tempo, então, será uma surpresa para muitos
consumidores”, alerta.
- IPTU
O caso dos imóveis é semelhante, porém, o
especialista afirma que o reajuste no valor do Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU) não assusta tanto quanto o IPVA. “O IPTU não deve apresentar uma
alta tão significativa, dado que a tabela de preços é, geralmente, determinada
pelas prefeituras”, aponta.
Segundo Moura, os reajustes causados pela inflação
de 2021 são um fator bastante relevante para a inflação do começo de 2022,
justificando o cenário previsto para o início do próximo ano. “Nos últimos doze
meses, a inflação subiu 10,67%. No início do ano, o teto da meta da inflação,
segundo o Banco Central, era de 5,25%. Ou seja, esse estouro da meta
continuará causando efeitos no ano que vem”, completa.
Universidade Positivo
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