O uso de
medicamentos é presente na vida de milhares de brasileiros, entretanto, grande
parte da população não sabe usá-los corretamente. De acordo com pesquisa
realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), 77% dos brasileiros possuem
o hábito de se automedicar e 47% assumem a prática deste hábito ao menos uma
vez por mês. O dado é preocupante e as consequências causadas pela ingestão de
medicamentos sem prescrição podem ser fatais.
"A automedicação pode atrasar o
diagnóstico de doenças, uma vez que, em muitos casos, medicamentos são usados
para alívio de sintomas. Essa movimentação pode postergar a procura por um
profissional de saúde que investigue as causas da dor ou outro desconforto
relatado pelo paciente" alerta a farmacêutica Samilla Dornellas, CEO e
co-fundadora da Far·me, primeira plataforma de compra de medicamentos recorrentes no
Brasil.
Segundo a especialista, medicamentos isentos de
prescrição (MIPs) também chamados de ‘venda livre', não são isentos de efeitos
adversos e por isso é importante buscar uma orientação profissional antes de
consumi-los. E, mesmo diante de medicamentos que necessitam da receita médica,
é importante que o farmacêutico também seja consultado, para que o paciente
receba a devida orientação sobre a dose, horários, e a melhor forma de
utilização dos remédios.
Confira abaixo mais efeitos adversos da
automedicação:
Anulação de efetividade
Na presença de combinações inadequadas, o uso
de determinado remédio pode anular a efetividade do outro. Além disso, pode
tornar os resultados menos eficazes e levar a efeitos indesejados, como
intoxicações, alergias e desconfortos. É preciso que o farmacêutico sempre
analise os remédios que estão sendo consumidos juntos, para que não ocorram
reações adversas.
Aumento da resistência de microorganismos
e bactérias
Muitos remédios, quando administrados sem
orientação profissional, oferecem riscos. O uso abusivo de antibióticos, por
exemplo, pode facilitar o aumento da resistência dos microorganismos, o que
compromete a eficácia do tratamento. Um dos motivos do surgimento das
superbactérias é o uso indiscriminado ou inadequado de antibióticos.
Risco de quedas em idosos
A administração de remédios antigripais e
antitussígenos, por exemplo, podem provocar sonolência, comprometendo
atividades simples exercidas pelo paciente. Pacientes idosos, por exemplo,
podem sofrer quedas, fraturas e maiores complicações.
Intoxicação causada pelo excesso de
vitaminas
Não há evidências científicas conclusivas sobre
a suplementação vitamínica trazer benefícios em casos em que não haja uma
deficiência nutritiva. Este déficit nutritivo é evidenciado a partir de sinais
e sintomas apresentados pelo paciente, além de exames laboratoriais específicos
ao micronutriente que precisa ser reposto. A ingestão de vitaminas sem a clara
necessidade de uso estabelecida, pode levar a hipervitaminose, intoxicação
causada pelo excesso de vitaminas. O uso prolongado da vitamina C, por exemplo,
pode desencadear em diarréias, cólicas, dor abdominal e dor de cabeça. E com a
ingestão excessiva de vitamina D, o cálcio pode depositar-se nos rins e até
causar lesões permanentes nesse órgão.
Além dos efeitos adversos, ao se automedicar,
há o risco de estar consumindo a medicação errada para o tratamento de uma doença,
assim, comprando remédios dispensáveis que em nada vão ajudar na saúde. Com
essa prática, o gasto com medicamentos pode ser muito maior do que realmente é
necessário.
Far·me
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